O filme Oh, Hi! apresenta um final incomum e provocador, desafiando as convenções da comédia romântica tradicional ao explorar temas como manipulação, desejo e expectativas na relação entre Isaac (Logan Lerman) e Iris (Molly Gordon). A trama termina de forma ambígua, com Iris mantendo Isaac acorrentado na esperança de fazer com que ele se apaixone por ela, enquanto ambos enfrentam seus próprios limites emocionais e éticos.
Um olhar crítico sobre os clichês do gênero romântico
Ao abordar a relação de Iris e Isaac, o filme se distancia do enredo previsível, trazendo uma narrativa que investiga o que acontece quando as expectativas não são correspondidas. Sophie Brooks, roteirista e diretora de Oh, Hi!, declara que quis criar uma comédia romântica com uma pegada mais sombria, inspirada pelo filme The Worst Person in the World, ao mesmo tempo em que mantém a essência do gênero. A personagem de Iris, que busca desesperadamente por uma conexão genuína, é retratada com empatia, desmistificando estereótipos comuns, como a ideia de que mulheres querendo amor sejam descontroladas ou irracionais.
A psicologia por trás do final e as reflexões sobre loucura e amor
O desfecho do filme levanta questões sobre os limites do amor e a linha tênue entre auto-sacrifício e loucura. Iris, ao manter Isaac amarrado, não age como uma vilã tradicional, mas como alguém que está desesperada por um afeto verdadeiro, mesmo que de formas questionáveis. A narrativa sugere que a sensação de inadequação e o desejo de aceitação podem levar as pessoas a comportamentos extremos, reforçando a tese de Brooks de que a expectativa de um amor perfeito pode ser, por si só, uma fonte de conflito.
O papel das amizades femininas na resolução da crise
Outro aspecto relevante do filme é a amizade entre Iris e Max (Geraldine Viswanathan), que ajuda a criar momentos de conexão genuína, como quando as duas fazem um feitiço Wiccan para ajudá-la a esquecer Isaac. Brooks destaca que retratar uma amizade feminina sólida e descomplicada é uma forma de deslocar as representações muitas vezes competitivas ou conflituosas presentes no cinema, reforçando a importância do apoio entre mulheres.
Sonhos, desejos e o futuro da relação
No clímax do filme, Isaac tem um sonho onde relembra sua conexão com Iris, até o momento em que ela o rejeita de forma inesperada, despertando o espectador para a fragilidade das emoções humanas. O final deixa espaço para múltiplas interpretações, questionando se o amor deve ser forçado ou se, por mais doloroso que seja, a liberdade e o respeito são essenciais em qualquer relacionamento.
Como um retrato crível das complexidades do amor contemporâneo, Oh, Hi! propõe uma análise sensível sobre os limites da razão e da loucura, destacando os perigos de expectativas irreais e a importância da autenticidade emocional.