O deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ) decidiu acampar em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), localizada na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A manifestação, que ocorreu na última sexta-feira, foi compartilhada pelo parlamentar em suas redes sociais, onde anunciou que participaria de um “jejum de palavras” em protesto às decisões da Corte que afetaram o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Manifestação pacífica e simbólica
A chegada de Lopes ao local foi registrada em um vídeo no Instagram, onde ele foi visto montando uma barraca. Um detalhe marcante da sua presença foi a fita adesiva cobrindo sua boca, simbolizando o que o parlamentar considera um silêncio forçado. Em uma das mãos, ele segurava um exemplar da Constituição e na outra, uma Bíblia. Em suas postagens, Hélio Lopes enfatizou que sua manifestação seria “pacífica e solidária”, classificando-a como um “sinal de luto democrático e inconformismo com o silêncio forçado que se abateu sobre lideranças políticas no Brasil”.
Direito à expressão e resistência
Em sua conta na rede social X, Lopes publicou um vídeo onde aparece sentado em uma cadeira, ao lado de uma mulher que estava visivelmente emocionada. Em outro post, ele relata que “a polícia do governo do Distrito Federal” teria tentado removê-lo de sua barraca em três ocasiões diferentes, afirmando: “Não represento risco e desordem, estou apenas exercendo meu direito legítimo de expressão e resistência”.
Apoio de colegas e apoiadores
Imagens e vídeos que circulam nas redes sociais mostram um grupo de apoiadores se reunindo no local durante a noite, formando uma roda de louvores ao redor do deputado. O clima, apesar da tensão implícita nas tentativas da polícia de desmobilizá-lo, permaneceu de apoio e solidariedade.
O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), expressou surpresa com a decisão de Lopes de acampar em frente ao STF. Em nota, ele comentou que “é uma decisão individual, e sua manifestação será serena e profundamente simbólica”. Assim, a ação de Lopes é não apenas uma demonstração de protesto, mas também busca chamar a atenção para o que considera um cerceamento da liberdade de expressão entre as lideranças políticas brasileiras.
Comentários de aliados
Outro apoiador que se fez presente foi o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), que também se dirigiu ao local para mostrar apoio. Em um vídeo publicado em sua conta na rede social X, Chrisóstomo destacou que a presença de Lopes visava mostrar indignação diante do que ele considera a impossibilidade de o deputado expressar abertamente suas opiniões e as diretrizes do ex-presidente Bolsonaro. “Ele não pode publicar nas suas redes aquilo que o presidente Bolsonaro fala para nós porque corre o risco de ser preso. Isso não está certo, não está na Constituição”, afirmou Chrisóstomo.
O ato de Hélio Lopes, além de ser uma manifestação individual, reflete um sentimento crescente entre alguns setores da política brasileira sobre as restrições à liberdade de expressão e o impacto das decisões judiciais na interação entre políticos e seus eleitores. O acampamento em frente ao STF poderia sinalizar um novo capítulo nas discussões sobre direitos políticos e o papel das instituições na democracia brasileira.
Entre debates acalorados e apoios diversos, o que está em jogo é mais do que uma simples manifestação; é uma discussão mais ampla sobre a liberdade de expressão e as maneiras pelas quais essas liberdades estão sendo constantemente testadas no cenário político atual.