O déficit das contas externas do Brasil foi de US$ 5,1 bilhões em junho, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (25/7) pelo Banco Central (BC). O resultado representa um aumento em relação ao saldo negativo de US$ 3,4 bilhões registrado em junho de 2023, mostrando uma piora na balança de pagamentos do país.
Entenda as contas externas
- As contas externas, ou transações correntes, são um dos principais indicadores do setor externo do Brasil, abrangendo o balanço de negociações de bens, serviços e transferências unilaterais.
- Um saldo negativo indica que o país gastou mais do que recebeu do exterior, enquanto um saldo positivo aponta o contrário.
- Em 2024, as transações externas somaram quase US$ 56 bilhões de déficit até junho, o equivalente a 2,55% do Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com o relatório de estatísticas do setor externo do BC, o acumulado de 12 meses até junho também mostra um aumento no déficit, que atingiu US$ 73,1 bilhões, superior aos US$ 71,4 bilhões do mesmo período do ano passado. Esses números refletem uma continuidade na tendência de maior gasto do país com o exterior.
Investimentos estrangeiros e reservas internacionais
Os investimentos estrangeiros diretos (IDP) no Brasil, que representam a entrada de capitais no país, somaram US$ 2,8 bilhões em junho, valor inferior aos US$ 6,3 bilhões registrados em junho de 2024. Nos últimos 12 meses, o total de IDP acumula US$ 67 bilhões, correspondendo a 3,14% do PIB, contra US$ 70,5 bilhões (3,31% do PIB) em maio.
Já as reservas internacionais do Brasil tiveram um aumento de US$ 3 bilhões de maio para junho, totalizando agora US$ 344,4 bilhões. Segundo o BC, esse incremento ocorreu principalmente por variações de preços, paridades e receitas de juros, embora as vendas no mercado à vista tenham contribuído para reduzir o estoque de reservas.
Impactos e perspectivas
O aumento do déficit no setor externo evidencia uma saída maior de recursos do país, o que pode sinalizar desafios na manutenção da estabilidade financeira e na atração de investimentos. Ainda assim, a expansão das reservas reforça a capacidade do Brasil de proteger-se contra crises externas.
Especialistas apontam que a tendência de deterioração das contas externas reforça a importância de medidas para estimular a competitividade da economia brasileira e atrair mais investimentos estrangeiros.
Para mais detalhes, acesse o relatório completo do Banco Central.
