Brasil, 26 de julho de 2025
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Comitiva do Senado embarca para os EUA em meio a tarifas de Trump

Senadores brasileiros vão a Washington para discutir tarifas, mas enfrentam críticas internas sobre a legitimidade da viagem.

A comitiva do Senado brasileiro embarca para os Estados Unidos nesta sexta-feira (25/7) em meio ao tarifazo implementado pela administração de Donald Trump. O grupo, que conta com quatro senadores titulares e quatro suplentes, terá uma agenda oficial em Washington D.C. entre os dias 28 e 30 de julho, enquanto as tarifas de 50% entram em vigor a partir de 1º de agosto. Com uma dinâmica política complexa, a viagem na busca por soluções para as tarifas levanta questionamentos sobre a sua eficácia e legitimidade.

Objetivos da comitiva e agenda em Washington

O time é liderado por Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Embora a visita tenha como objetivo discutir as tarifas, os senadores não participarão das negociações diretas com a Casa Branca, que estão sendo conduzidas por uma força-tarefa comandada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio, Geraldo Alckmin (PSB).

A agenda dos senadores inclui reuniões com congressistas e empresários americanos que são diretamente impactados pelas novas tarifas. No dia 28, eles terão uma reunião matinal com a embaixadora do Brasil em Washington, seguida de um encontro com líderes empresariais e representantes do Conselho de Negócios Brasil-EUA na sede da Câmara de Comércio dos EUA.

Integrantes da comitiva

Titulares:
– Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE)
– Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo
– Tereza Cristina (PP-MS)
– Fernando Farias (MDB-AL)

Suplentes:
– Astronauta Marcos Pontes (PL-SP)
– Esperidião Amin (PP-SC)
– Rogério Carvalho (PT-SE)
– Carlos Viana (Podemos-MG)

Alguns senadores seguirão para os EUA nesta sexta-feira, como é o caso de Nelsinho Trad e Tereza Cristina. Outros membros da comitiva têm partidas programadas para o sábado ou domingo. Há ainda congressistas que já estavam nos Estados Unidos durante o recesso e se encontrarão com os demais integrantes em Washington.

Críticas e controvérsias sobre a missão

A viagem dos senadores gerou reações variadas no Brasil, especialmente entre os apoiadores do governo anterior. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou a comitiva, afirmando que trata-se de “políticos que visam adiar o enfrentamento dos problemas reais” e “ignoram o cerne da questão institucional brasileira”.

Eduardo, presente nos EUA desde março e respeitado como um dos principais articuladores das sanções da administração Trump ao Brasil, considera a visita dos senadores um “desrespeito” à correspondência enviada por Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, a carta especificava os passos que o Brasil deveria seguir para restaurar a normalidade democrática.

“Buscar interlocução sem que o país tenha feito sequer o gesto mínimo de retomar suas liberdades fundamentais – como garantir liberdade de expressão e cessar perseguições políticas – é vazio de legitimidade”, acrescentou Eduardo, enfatizando que o constrangimento é agravado pela presença de senadores vinculados ao partido de Lula, que historicamente mantém posturas críticas em relação aos EUA.

Em contrapartida, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, defendeu a missão da comitiva. Ele destacou que o grupo não tem interesses em “alimentar conflitos”, mas sim em “proteger a soberania” do Brasil. Wagner enfatizou que a comitiva busca soluções para as tarifas que afetam as exportações brasileiras e acredita que um “diálogo respeitoso é o caminho para avançar nas negociações”.

“Não nos interessa alimentar conflitos, mas sim proteger a nossa soberania e os interesses do nosso país. A missão é fortalecer o entendimento e encontrar alternativas que beneficiem nossa economia, respeitando sempre nossa autonomia”, disse o senador em suas redes sociais.

À medida que a comitiva se aproxima de sua viagem aos Estados Unidos, o desdobramento das discussões em Washington será monitorado de perto, tanto em termos de resultados quanto das repercussões políticas no Brasil.

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