Brasil, 26 de julho de 2025
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Brasil reafirma soberania sobre minerais estratégicos essenciais

O Brasil possui grandes reservas de minerais críticos, mas defende que eles pertencem ao povo brasileiro, em meio ao crescente interesse dos EUA.

No cenário internacional atual, o Brasil se destaca por suas vastas reservas de minerais críticos e estratégicos (MCEs), especialmente as chamadas “terras raras”. Em meio à crise diplomática com os Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou claro que esses recursos pertencem ao povo brasileiro e devem ser protegidos.

O valor dos minerais críticos brasileiros

Na última quinta-feira (24/07), durante um evento, Lula enfatizou que o Brasil possui riquezas que devem ser resguardadas: “Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todo o nosso ouro para proteger. Temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão.” A declaração ocorreu em resposta ao interesse crescente dos EUA por esses minerais, notadamente o lítio e o nióbio.

Conforme informes do Ministério de Minas e Energia, o Brasil detém a segunda maior reserva de terras raras do mundo, respondendo por 25% do total global. Esses minerais são essenciais para a produção de diversos produtos tecnológicos do dia a dia, como smartphones, televisores e componentes de indústrias como a de defesa.

Importância das terras raras

As terras raras constituem um grupo de 17 elementos químicos que são fundamentais para a fabricação de ímãs permanentes, usados na produção de turbinas eólicas e veículos elétricos. Elementos como neodímio e térbio, altamente valorosos, são cruciais para várias inovações tecnológicas. O quilo de neodímio, por exemplo, chega a custar cerca de 55 euros, enquanto o térbio pode ultrapassar os 850 euros por quilo.

Estima-se que 70% da produção global de terras raras seja concentrada na China, o que destaca a relevância do Brasil na diversificação da oferta desses minerais. Apesar de não serem raros por definição, a dificuldade de extração econômica torna seu valor ainda maior.

As reservas brasileiras de minerais estratégicos

A presença de minerais como nióbio, lítio, grafite e cobalto no Brasil tem atraído a atenção de governos e empresas estrangeiras. Estes recursos são considerados fundamentais para a economia global e estão no cerne das transformações tecnológicas do século XXI. Além de suas riquezas naturais, o Brasil apresenta vantagens como uma matriz energética limpa e um ambiente de estabilidade política.

Estudos geológicos indicam a possível presença de reservas estratégicas na Bacia do Parnaíba, abrangendo os estados do Maranhão, Piauí e Ceará. A região de Minaçu, em Goiás, se destaca como a única produtora de terras raras em escala comercial fora da Ásia.

Interesse dos Estados Unidos e a resposta brasileira

Recentemente, os EUA manifestaram interesse em estabelecer acordos para acesso a minerais estratégicos no Brasil. Em uma reunião realizada na quarta-feira (23/07), o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, confirmou o interesse dos americanos na aquisição desses recursos. O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, reiterou esse desejo, que já havia sido expresso anteriormente.

Entretanto, o governo brasileiro tem mostrado resistência. Lula, em um evento, frisou que “aqui ninguém põe a mão”, reiterando a necessidade de proteção dos recursos naturais do país. O tema vem à tona em um contexto de crescente rivalidade entre potências ocidentais e a China, que atualmente controla a maior parte do mercado de terras raras.

Desafios e a preocupação com o monopólio chinês

A dominação da China na extração e no refino de elementos raros levanta preocupações em nações ocidentais. Os Estados Unidos e a União Europeia têm buscado diversificar suas fontes de suprimento, visando reduzir a dependência de um único fornecedor. Esse cenário culminou em esforços para formar reservas estratégicas de minerais, com ênfase em terras raras.

O Brasil, portanto, se apresenta como um aliado potencial nesse esforço, mas somente sob condições que garantam a soberania e os interesses nacionais. As riquezas naturais do país são inegáveis, mas a forma como serão administradas e protegidas se mostrará crucial nas negociações futuras.

Em um mundo cada vez mais tecnológico e dependente de inovações, o papel do Brasil e seus minerais críticos será essencial nas escolhas estratégicas globais que estão por vir.

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