Um recente levantamento do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) trouxe à tona uma preocupação alarmante: nos últimos 10 anos, cidades como Holambra, Valinhos e Mogi Guaçu apresentaram um aumento significativo no número de mortes em acidentes de trânsito envolvendo motocicletas. Curiosamente, nenhum município da região de Campinas conseguiu registrar uma redução nessa trágica estatística.
Dados alarmantes sobre acidentes de moto
O estudo, que analisou os dados de óbitos entre janeiro de 2015 e fevereiro de 2025 em uma escala mensal, utilizou um modelo estatístico avançado que permite identificar tendências em séries temporais, mesmo na ausência de uma distribuição específica de dados. Para isso, foi empregado o Teste de Mann-Kendall, um método amplamente utilizado para verificar se existe uma tendência de aumento ou diminuição em conjuntos de dados ao longo do tempo.
Esse teste resulta em um coeficiente que varia entre -1 e 1. Os municípios com taxas próximas de 0 são considerados como apresentando ausência de tendência. No levantamento, observou-se que, em 47 cidades do estado, os óbitos de motociclistas aumentaram, enquanto as mortes de pedestres e ciclistas também cresceram em 12 e 11 cidades, respectivamente.
A situação em Campinas e cidade vizinhas
Especificamente na região de Campinas, Holambra, Valinhos e Mogi Guaçu foram os municípios que mais se destacaram, apresentando coeficientes de 0,2194, 0,2011 e 0,1564, respectivamente, indicando um aumento preocupante nas mortes de motociclistas. Louveira também registrou crescimento nos óbitos de pedestres, com um coeficiente de 0,1509. Entretanto, Campinas se destacou negativamente ao ser a única cidade da região onde houve uma redução no número de mortes de pedestres, com um coeficiente de -0,1648.
A importância da conscientização no trânsito
Segundo Luiz Vicente, um especialista em trânsito, a conscientização dos condutores é fundamental para a redução dos acidentes e das mortes. Ele salienta que esse esforço educacional é um trabalho demorado e contínuo, mas que traz resultados significativos ao longo do tempo. “Quando nós trabalhamos a parte educacional, é um trabalho de formiguinha, é um trabalho passo a passo para conscientizar. Mês a mês, isso vai contribuir significativamente para a redução de acidentes e mortes nas cidades”, afirma Vicente.
Desafios futuros para a segurança no trânsito
O aumento das mortes em acidentes de moto é um indicativo de que as ações de segurança no trânsito devem ser intensificadas. A falta de fiscalização e de medidas educativas tem contribuído para esse cenário preocupante. É essencial que as autoridades locais, em parceria com a população, busquem maneiras inovadoras de melhorar a segurança viária e promover uma mudança de comportamento entre os motociclistas e demais usuários das vias.
Além de ações de conscientização, é necessário implementar novas políticas de trânsito, que possam incluir desde campanhas educativas até a melhoria da infraestrutura, como a construção de faixas exclusivas para motos e ciclistas, que garantam mais segurança nas rodovias.
Um alerta é claro: a vida de motociclistas e pedestres deve ser priorizada. As estatísticas são um chamado para que todos — do cidadão comum aos gestores públicos — façam sua parte na construção de um trânsito mais seguro. A busca por inovações e a valorização da vida são indispensáveis para que, nos próximos anos, os números de acidentes não continuem crescendo e que as cidades possam se tornar mais seguras para todos os seus moradores.
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