Brasil, 25 de julho de 2025
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Tarifaço de Trump pode impactar economia do Rio de Janeiro

Medida poderá causar prejuízo de R$ 830 milhões no PIB fluminense e ameaçar empregos em setores-chave.

Recentemente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, medida que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto. Esse tarifaço gera grandes preocupações entre empresários e autoridades do Estado do Rio de Janeiro, que é o segundo maior exportador do Brasil para o mercado americano, perdendo apenas para São Paulo. Segundo estudos preliminares da Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan), a medida pode causar um prejuízo de R$ 830 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) do estado.

Consequências para o setor exportador

No ano passado, o Rio de Janeiro exportou aproximadamente US$ 7,4 bilhões para os Estados Unidos, sendo que 90% desse total correspondem a petróleo e aço. Estatísticas mostram que os EUA são o segundo maior parceiro comercial do estado, logo atrás da China, com exportações que chegaram a US$ 16,8 bilhões em 2024. É importante destacar que mais da metade do petróleo produzido no estado (53%) e 22% do aço têm como destino o mercado americano, além de outros produtos como máquinas e equipamentos.

Setores mais afetados pelo tarifaço

Os setores de petróleo e metalurgia, que são primordiais para a economia fluminense, estão entre os mais afetados pela nova política tarifária. Somente estes dois setores representam cerca de 88 mil empregos diretos no Rio. Munícipios como Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Petrópolis, Volta Redonda, São João da Barra e Macaé, que concentram empresas exportadoras, estão entre os mais vulneráveis às consequências dessa medida.

O presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, expressou a preocupação que permeia o ambiente empresarial. Ele ressaltou que as pequenas e médias empresas, que são grandes empregadoras, também enfrentarão sérios desafios. “Na medida em que haja uma dificuldade na exportação, a atividade principal reduz a sua intensidade. E ao reduzir a intensidade, afeta toda essa cadeia que supre a atividade principal”, argumentou Caetano.

Ações emergenciais do Governo do RJ

Diante do panorama alarmante, o Governo do Estado do Rio de Janeiro decidiu formar um grupo de trabalho com representantes da Firjan, da Fecomércio e da Associação Comercial, visando mitigar os impactos do tarifaço. A primeira reunião aconteceu no Palácio Guanabara, com o objetivo de levantar dados dos municípios e propor ações voltadas especialmente para as médias e pequenas empresas, que costumam ter menor capacidade de reação em momentos de crise.

O secretário da Casa Civil, Nicola Miccione, informou que o grupo irá apresentar uma nota técnica com medidas emergenciais em até 10 dias. “Vamos estudar linhas de crédito e conversar com a Age-Rio, que é a agência de fomento do estado do RJ, para poder apoiar essas empresas”, afirmou.

Importância da negociação diplomática

O presidente da Firjan defende que o Brasil deve buscar todas as possibilidades de diálogo com os Estados Unidos. “O único caminho razoável é a negociação, é a diplomacia. É estender as negociações até onde é possível para que se chegue a bom termo”, concluiu Caetano em um apelo por uma solução pacífica e benéfica para ambas as partes.

Enquanto o cenário segue incerto, economistas e empresários fluminenses aguardam ansiosamente novidades sobre os desdobramentos dessa política tarifária que promete impactar consideravelmente a economia local e a vida de milhares de trabalhadores.

Com as tensões comerciais aumentando, o futuro das relações comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos permanece em um frágil equilíbrio, demandando não apenas estratégias e planejamento, mas também coragem e visão para enfrentar os desafios que se avizinham.

Saiba mais sobre o tarifaço e suas consequências

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