Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de Tecnologia da Informação e Comunicação, divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, indicam que, em 2024, 41,2 milhões de famílias brasileiras não têm rádio em casa, representando 51,5% do total. Essa é a primeira vez que essa fatia supera os domicílios com o aparelho, marcando uma mudança significativa nos hábitos de consumo de mídia no país.
Declínio do rádio e aumento do uso de streaming
Em apenas um ano, 2,3 milhões de lares deixaram de possuir rádio, uma tendência que pode estar relacionada ao crescimento do consumo de plataformas de streaming de música, acessíveis por celulares, TVs e notebooks. Embora a pesquisa não apresente os motivos específicos para a queda, a substituição pelo streaming é uma hipótese plausível.
Transformações no acesso a mídia
Além do rádio, o uso de televisão convencional também diminuiu, passando de 94,3% para 93,9% dos domicílios entre 2023 e 2024, totalizando 75,2 milhões de lares. Destaca-se ainda que mais de 50% dos usuários de internet acessam a rede via TV, marcando uma mudança no padrão de conexão.
O número de residências com computadores caiu para 38,6%, em contraposição ao crescimento do acesso por celular, que atinge 97% dos lares, enquanto o telefone fixo convencional foi utilizado em apenas 7,5% dos domicílios, refletindo a tendência de mobília e conectividade móvel.
Descenso do serviço de TV por assinatura e aumento do streaming
A pesquisa revelou que o percentual de domicílios com TV por assinatura caiu para 24,3%, atingindo seu menor nível. Muitos lares deixaram de contratar o serviço por falta de interesse, ao contrário do que ocorria em 2016, quando o preço era o principal obstáculo.
Segundo o IBGE, uma das razões para essa mudança é a preferência por plataformas de streaming de vídeos e filmes, cuja adesão cresceu de 42% para 43,4% de 2023 para 2024. Assim, o consumo de conteúdo audiovisual por streaming se consolida como alternativa ao tradicional canal aberto ou fechado.
Perspectivas para o consumo de mídia no Brasil
O aumento do acesso a plataformas de streaming e a redução no uso de rádio e TV por assinatura sinalizam uma transformação no perfil de consumo de mídia dos brasileiros. Especialistas veem esse movimento como uma adaptação às novas tecnologias e ao comportamento digital dos usuários.
Esta tendência deve continuar, com maior destaque para o consumo móvel e digital, impulsionando mudanças nos modelos de negócios de empresas de comunicação e tecnologia no país.