O presidente do Vasco da Gama, Pedrinho, expôs a delicada situação financeira que o clube enfrenta em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira. Em meio à turbulência tanto dentro como fora de campo, o dirigente abordou a atuação do clube no mercado de transferências, bem como as dificuldades financeiras que impactam diretamente no desempenho do futebol carioca.
A realidade financeira do Vasco
Durante a entrevista, Pedrinho foi claro ao afirmar que, embora tenha realizado investimentos, a gestão financeira está longe do ideal. “Vejo (as janelas de sua gestão) com erros e acertos. Parece que peguei 60 milhões (custo total das negociações) e investi. É verdade que poderia contratar um jogador de alto nível, mas o fluxo de caixa precisa ser respeitado”, disse ele. O presidente destacou a importância do planejamento financeiro, enfatizando que a contratação de atletas não é uma tarefa simples, mas necessária para a saúde do clube.
Ele também se mostrou satisfeito com algumas contratações, como a do meia Coutinho e do atacante Lucas Freitas. “Acredito que podemos ainda ver grandes desempenhos de jogadores que estão se adaptando e podem fornecer boa performance”, comentou. No entanto, Pedrinho pediu também compreensão da torcida, lembrando da força financeira dos rivais que estão se destacando no Campeonato Brasileiro.
Desigualdade no investimento em comparação aos rivais
A desigualdade financeira entre o Vasco e outros clubes do Rio de Janeiro foi um ponto abordado pelo presidente. “É difícil não ter investimento e ver os rivais que se reestruturaram em tempo recorde. Temos uma realidade dura a enfrentar”, explicou. Pedrinho ressaltou que nunca prometeu jogadores de nível internacional e que sua prioridade é cumprir com os compromissos financeiros estabelecidos pelo clube.
O dirigente ressaltou que a confusão entre expectativas e a realidade do clube pode gerar descontentamento. “Nunca prometi que traria um jogador do Real Madrid. Minha promessa sempre foi honrar os compromissos financeiros”, concluiu.
Venda de mandos de campo como solução imediata
Outra decisão polêmica discutida na coletiva foi a venda dos mandos de campo de partidas contra o Botafogo e Palmeiras, disputadas no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Pedrinho informou que essa movimentação resultou em cerca de R$ 4 milhões, quantia que foi vital para honrar salários durante um período financeiro crítico.
“Quando vendi os jogos, muitos disseram que eu priorizei o dinheiro em vez do espírito esportivo. Entretanto, essa venda foi necessária para garantirmos o pagamento dos salários no mês seguinte”, explica. Apesar das críticas, o presidente mantém sua posição e destaca que as decisões foram tomadas em prol da sobrevivência do clube em um cenário complicado, onde a gestão deve estar alinhada com a real necessidade financeira.
Ele mencionou que mesmo com a venda dos mandos de jogos, o desafio da administração do Vasco não é pequeno. “Cada mês de 2024 foi uma verdadeira batalha para conseguir pagar o salário dos jogadores”, desabafou. A situação culminou na decisão do clube de entrar com uma medida cautelar de recuperação judicial, um passo drástico que reflete a luta do Vasco para reverter sua situação financeira.
Desafios para o futuro
Com tudo isso, o futuro do Vasco ainda é uma incógnita. A esperança é que, com um melhor planejamento e a ajuda da torcida, seja possível enxergar dias melhores. “Estamos cientes das dificuldades, mas não vamos desanimar. O trabalho segue e todo o esforço está sendo realizado para que o clube possa voltar a brilhar como sempre foi”, finaliza Pedrinho.
A coletiva de Pedrinho ofereceu um olhar sincero sobre os desafios enfrentados pelo Vasco da Gama, e ecoou um apelo por compreensão e paciência de seus torcedores em um momento em que o futebol brasileiro passa por transformações significativas, tanto dentro como fora de campo.
