Brasil, 4 de agosto de 2025
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Preços da carne bovina nos EUA continuam em alta devido à redução do rebanho

Com rebanho menor e ameaças de pragas, os preços da carne nos Estados Unidos atingem níveis recordes, impactando o consumo e as exportações

Os preços da carne bovina nos Estados Unidos seguem em forte escalada, atingindo recordes e elevando os custos de churrascos na temporada. Em junho, o preço médio de 450 gramas de carne moída chegou a US$ 6,12, quase 12% mais caro do que no ano passado, segundo dados do governo americano.

Razões para a diminuição do rebanho bovino nos EUA

O rebanho bovino americano vem encolhendo há décadas. Em 1º de janeiro, o país tinha 86,7 milhões de bovinos, uma redução de 8% desde 2019, atingindo o menor número desde 1951, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA. A crise foi agravada por uma seca prolongada iniciada em 2020, que prejudicou pastagens e elevou o preço da ração.

De acordo com o economista David Anderson, da Texas A&M, a busca por manter a produção de carne com menos cabeças tem levado os pecuaristas a venderem mais vacas fêmeas, o que reduz o futuro fornecimento e impulsiona os preços atuais. Atualmente, a venda de bois por US$ 230 por cabeça incentiva a venda de vacas reprodutoras, sacrificando o crescimento do rebanho.

Riscos e impacto da mosca-da-bicheira

A ameaça de uma praga proveniente do México aumenta o receio de uma nova escassez de gado. A mosca-da-bicheira, que deposita ovos em feridas de animais vivos e cujas larvas se alimentam de carne, pode causar perdas econômicas expressivas se chegar aos rebanhos norte-americanos. Os Estados Unidos suspenderam as importações do México no ano passado devido ao surto dessa praga, que representa riscos ainda maiores para o Texas e outras regiões.

Segundo o economista Bernt Nelson, do Farm Bureau, a redução de gado causado pela praga aumenta ainda mais a escassez, pressionando os preços para cima.

Impacto das tarifas de Donald Trump na carne importada

As tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump ainda não tiveram grande efeito sobre os preços, mas podem pressionar ainda mais a inflação. Os EUA importam cerca de 1,8 milhão de toneladas anuais de carne bovina, com uma parte significativa vindo do Brasil, de onde Trump chegou a ameaçar tarifas de até 50%. A manutenção ou aumento dessas taxas encareceria a carne magra importada, dificultando a reposição de cortes utilizados na produção de carne moída, que predominam no mercado americano.

Tendências e perspectivas para os preços da carne

Embora o aumento de preços durante a temporada de churrascos seja esperado, a continuidade do cenário de preços altos deve se manter pelo menos até o fim do ano. Especialistas veem que fatores como a melhora nas condições de pastagem, o recuo da seca e a redução nas tarifas de milho podem incentivar os pecuaristas a ampliar o rebanho, mas esse processo leva pelo menos dois anos.

Mesmo com maior disposição para manter vacas em reprodução, obstáculos como os altos custos de aquisição de novas novilhas, juros elevados e o impacto econômico das tarifas dificultam uma recuperação rápida do rebanho e uma redução nos preços da carne, que devem permanecer elevados por algum tempo.

Assim, os consumidores devem continuar enfrentando preços altos em supermercados, enquanto o mercado aguarda melhorias na oferta de carne bovina.

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