Brasil, 25 de julho de 2025
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PL intensifica campanhas nas redes sociais contra Lula

O PL investe em anúncios nas redes sociais responsabilizando Lula pelo tarifaço dos EUA, aumentando a polarização política no Brasil.

O Partido Liberal (PL), em uma estratégia clara de comunicação, intensificou seus esforços nas redes sociais ao patrocinar publicações que responsabilizam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela imposição de tarifas de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Desde a semana passada, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro começou a financiar uma série de postagens em plataformas como Instagram e Facebook, com investimentos que variam até R$ 1.500 por publicação, gerando impressões que chegam até 800 mil.

A estratégia da polarização

A iniciativa foi primeiro divulgada pelo jornal “Folha de S. Paulo” e confirmada pelo GLOBO através da biblioteca de anúncios da Meta, empresa-mãe do Facebook e Instagram. O PL, historicamente, tem apostado no engajamento orgânico, utilizando o impulsionamento de publicações de forma pontual. Até o início dessa nova ofensiva, as últimas ações promocionais datam de outubro de 2022, durante a última eleição presidencial.

Nas postagens de maior impacto, o PL delineia uma narrativa em que Lula é acusado de proporcionar um ambiente favorável à taxação, enquanto apresenta Bolsonaro como uma vítima de perseguições sem fundamento. Frases de impacto, como “soberano é o povo” e “defenda o Brasil do PT”, foram escolhidas para transmitir mensagens contundentes e ressoar entre os seguidores do partido.

Investimentos estratégicos em anúncios econômicos

Além das acusações a Lula, o PL não hesita em explorar temas que envolvem a economia. Em um dos anúncios, o partido alega que o sistema de pagamentos Pix “só existe graças ao governo Bolsonaro”, enquanto critica tentativas da esquerda de monitorá-lo. Em outra postagem, é reafirmado que uma proposta de mudança no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), apresentada pelo governo atual, teria um impacto negativo especialmente sobre a população mais pobre.

Desde o mês de junho, o PL já gastou ao menos R$ 470 mil apenas com anúncios no Facebook e Instagram, focados em defender ações governamentais e alavancar uma imagem positiva em relação à gestão de Bolsonaro. Para o partido, aproveitar a popularidade do ex-presidente é um elemento chave na tentativa de se reerguer politicamente e ganhar influência nas discussões sobre a taxação e a distribuição de renda.

Disparidade de anúncios no mercado digital

Não obstante, os dados indicam que o PL se tornou o segundo maior anunciante nas plataformas da Meta entre os dias 13 de junho e 12 de julho, com um gasto estimado de R$ 428 mil, ficando atrás apenas do governo federal. Essa crescente presença nas redes sociais é uma indicação não só da datada estratégia de comunicação, mas também uma resposta direta à habilidade do PT em mobilizar seu público online.

Uso de tecnologia e arte nas campanhas

Parte das publicações mais recentes do PL também incorporou imagens geradas por inteligência artificial. Em uma das mais discutidas, o partido lançou um vídeo que transforma Bolsonaro em uma marionete de Trump, um personagem chamado “bolsoneco”, reforçando assim a deslegitimação de seu adversário. A MP de divulgação associada a esta peça custou cerca de R$ 40 mil, além de outros investimentos significativos em campanhas de taxação dos mais ricos.

Entre 1º e 7 de julho, foram gastos cerca de R$ 90 mil a R$ 100 mil em anúncios que defendem a taxação de ricos e regulamentações de apostas online, apresentando um cenário em que 25 milhões de brasileiros poderiam deixar de pagar Imposto de Renda. O uso de expressões como “Taxação BBB: bilionários, bancos e bets” serve como uma tentativa de empoderar a narrativa de equidade econômica e justiça social.

Campanhas visuais e sua mensagem

Uma das peças publicitárias mais impactantes mostra um grupo diversificado de pessoas em uma mesa de jantar no formato do mapa do Brasil, discutindo questões relacionadas à inequidade fiscal e a necessidade de um tratamento mais justo. Com esta abordagem, o PL busca não apenas atingir o eleitorado, mas também estimular uma reflexão sobre a divisão social e os desafios econômicos que a população enfrenta atualmente.

Em meio a esse cenário, o PL se mantém em uma posição complicada, não se apresentando como um partido a responder de fato sobre suas estratégias de comunicação. Enquanto isso, continua a capitalizar em um ambiente de polarização política, onde a comunicação digital se torna uma ferramenta fundamental para o debate público.

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