À medida que a fome avança em Gaza, jornalistas que cobrem a crise vivem em condições extremas, debilitados pela desnutrição e com recursos escassos para fazer seu trabalho, segundo relatos divulgados nesta semana. A thinness de profissionais como Bashar Taleb e Khalil Alkahlut revela o impacto devastador da crise humanitária na cidade sitiada, onde mais de um terço dos 2,1 milhões de habitantes já passaram dias sem refeições.
Jornalistas locais expostos à fome e ao risco de morte
Bashar Taleb, que trabalha para a AFP há mais de uma década, descreve a luta diária contra a fraqueza e os episódios de tontura. “Hunger is the hardest thing I’ve ever experienced”, afirmou a TIME, de Jabaliya, cidade próxima ao norte de Gaza. Com a deterioração física, Taleb reconhece que não consegue mais trabalhar, após perder 35 libras. Sua decisão de priorizar a saúde evidencia o grau de desnutrição entre os profissionais que cobrem a crise.
Outro jornalista, Khalil Alkahlut, de 22 anos, perdeu 60 libras e sobrevive com uma única refeição de lentilhas por dia. “Amanhã, não sei o que vamos comer”, disse a TIME, ao relatar sua condição precária e a dos seus três irmãos. Esses relatos ilustram o impacto da fome entre quem ainda tenta documentar a situação no terreno.
Impunidade e dificuldades na distribuição de ajuda humanitária
Com o bloqueio internacional, os jornalistas locais continuam fornecendo informações, enquanto a ajuda internacional permanece vulnerável. A União da AFP alertou que seus freelancers na Gaza estão em risco de morte por desnutrição. Além disso, eles enfrentam obstáculos como altas taxas de retirada de dinheiro, impossibilidade de acesso a alimentos acessíveis e o risco de serem atingidos por ataques das forças israelenses, que mataram mais de 1.000 palestinos ao tentarem buscar comida.
Segundo uma declaração conjunta de organizações como BBC, Reuters, AP e AFP, os jornalistas resistem às severas privações de uma guerra que também os coloca como vítimas invisíveis, mas essenciais na transmissão dos acontecimentos. O relato de Taleb reforça a percepção de que a fome é uma das maiores ameaças enfrentadas por os profissionais no conflito: “Temos que escolher entre morrer de fome ou morrer em um confronto ao tentar obter ajuda.”
Desafios na obtenção de recursos e o impacto na cobertura jornalística
Com os poucos pontos de retirada de dinheiro sob forte vigilância e taxas elevadas — muitas vezes, de quase 50% —, os jornalistas enfrentam dificuldades para adquirir alimentos e manter a integridade física. Taleb explica que, ao tirar US$ 1.000 do banco, só recebe US$ 550 em mãos, agravando sua vulnerabilidade. A escassez de recursos amplia o risco de desinformação e de sua própria sobrevivência.
Perspectivas futuras e o papel dos jornalistas locais
Com a retirada de correspondentes internacionais e a contínua crise, os jornalistas palestinos representam uma das últimas fontes de informação veraz sobre Gaza. Contudo, enfrentam uma situação desesperadora, sendo tanto testemunhas quanto vítimas do conflito. As organizações de mídia continuam atuando com apoio limitado, enquanto a fome e o conflito agravam a situação humanitária na região.