O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decidiu manter Ney Ferraz no cargo de secretário de Economia, mesmo após a condenação do responsável por atos de corrupção e lavagem de dinheiro. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa e gerou uma série de repercussões sobre a integridade administrativa da região.
A decisão do governador e os prazos estabelecidos
Ibaneis Rocha enfatizou que a permanência de Ferraz será mantida até o Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgar o recurso apresentado pela defesa do secretário. Segundo Rocha, “eu achei o acórdão do tribunal com uma falta de fundamentação muito grande, então vou dar mais essa oportunidade no recurso do STJ. Depois a gente toma essa decisão, mas isso tem um prazo até o fim do ano”. Em suas declarações, o governador deixou claro que está disposto a aguardar até o final de 2023 para novas deliberações.
Controvérsias em torno da permanência de Ney Ferraz
A decisão de Ibaneis Rocha foi criticada pelo deputado distrital Gabriel Magno (PT), que apresentou um pedido para o afastamento de Ferraz. O parlamentar argumentou que a manutenção do secretário em seu cargo compromete a integridade da administração pública e fere os princípios da moralidade e da legalidade. Essa tensão evidencia a polarização política em torno do tema e a crescente pressão sobre a gestão do governador.
Contexto da condenação de Ney Ferraz
Ney Ferraz foi condenado a 9 anos e 9 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, sendo fruto de um julgamento em segunda instância pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT). A acusação indica que Ferraz recebeu R$ 1.605.529 em propina durante seu mandato como presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do DF (Iprev), atualizado entre 2019 e 2022. Essa condenação gerou dúvidas sobre sua capacidade de liderar a pasta da Economia, especialmente frente às dificuldades econômicas que a região enfrenta.
Desdobramentos legais e opiniões contrárias
A defesa de Ney Ferraz referiu-se à decisão do tribunal como resultante de uma análise superficial do processo, indicando que outros recursos legais estão sendo desenvolvidos. Em fevereiro deste ano, Ferraz e sua ex-esposa, Emanuela Ferraz, foram condenados a 6 anos, 5 meses e 15 dias de prisão em regime semiaberto e multados por lavagem de dinheiro cometida em 166 ocasiões. Embora Ney tenha sido absolvido da acusação de corrupção nesta ocasião, a sequência de condenações resulta em complicações para sua manutenção no cargo atual.
Além da condenação de Ferraz, outros envolvidos na Operação Imprevidentes também foram penalizados, como Jefferson Nepomuceno Dutra e Rivaldo Ferreira de Souza e Silva, ambos ex-diretores do Iprev. A continuidade das investigações e os desdobramentos jurídicos são temas que despertam intenso interesse público e político no DF.
Reações e expectativas para o futuro
Enquanto o caso avança, a expectativa em torno do julgamento no STJ e as possíveis consequências para a administração pública são altas. Críticos afirmam que a decisão de Ibaneis Rocha pode afetar a imagem do governo, uma vez que um secretário condenado por corrupção não gera confiança nas políticas de transparência e eficiência do executivo. Em coletiva, Rocha se comprometeu a agir de acordo com a decisão do STJ, o que pode mudar o cenário atual.
O Departamento de Comunicação da administração pública ainda não se manifestou sobre as repercussões futuras do caso, mas o assunto permanece em pauta nas discussões políticas da região. A sociedade espera que os órgãos envolvidos ofereçam soluções adequadas e vigilância sobre os atos administrativos para restaurar a confiança pública.
Este é um tema que continua a ser observado de perto pelos cidadãos do Distrito Federal, que anseiam por mais transparência e responsabilidade em sua administração pública.
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