Brasil, 25 de julho de 2025
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General alega que plano de morte era apenas “pensamento digitalizado”

General Mario Fernandes afirma que documento sobre morte de autoridades era apenas uma análise de riscos e não um plano real.

No contexto das investigações em curso sobre um suposto plano golpista que visava manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, o general Mario Fernandes, réu da ação penal, fez declarações polêmicas durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF). Em sua defesa, ele afirmou que o documento “Punhal Verde e Amarelo”, que mencionava a morte de autoridades como o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), era apenas um “pensamento digitalizado”.

Alegação do general no STF

Mario Fernandes, que é general da reserva do Exército, declarou ao juiz Rafael Henrique Tamai Rocha que o documento era um “compilado de dados, um pensamento, uma análise de riscos”. Ele enfatizou que não considerava o material como um plano sério ou uma intenção real. “Esse arquivo digital nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Este pensamento digitalizado não foi compartilhado com ninguém”, afirmou o general.

O militar expressou arrependimento por ter digitalizado o conteúdo, reiterando que não havia intenção de promover qualquer tipo de ação violenta. “Eu garanto, neste momento, que se o meu HD fosse extraído, em nada acrescentaria ao processo. Esse arquivo é absolutamente descontextualizado”, completou Mario, tentando se distanciar da gravidade do conteúdo mencionado no documento.

Os réus da ação penal

No âmbito das investigações, outros réus importantes vêm à tona, todos integrando o que se conhece como núcleo 2 da trama. Entre os acusados, encontram-se:

  • Silvinei Vasques – ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na gestão de Jair Bolsonaro;
  • Fernando de Sousa Oliveira – ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança Pública do DF;
  • Filipe Garcia Martins Pereira – ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência no governo Bolsonaro;
  • Marcelo Costa Câmara – coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro;
  • Marília Ferreira de Alencar – delegada da Polícia Federal e ex-subsecretária de Segurança Pública do Distrito Federal; e
  • Mario Fernandes – general da reserva do Exército.

Esses indivíduos são acusados de usar a estrutura da máquina pública, especialmente a PRF, para impedir o acesso de eleitores aos locais de votação durante o segundo turno das Eleições de 2022. Essa prática visava beneficiar o então presidente Jair Bolsonaro, especialmente no Nordeste, onde Luiz Inácio Lula da Silva gozava de forte apoio popular.

Coordenação das ações

Conforme apresentado pela Procuradoria Geral da República (PGR), Silvinei Vasques, Marília e Fernando foram os responsáveis pela coordenação do emprego das forças policiais com o objetivo de sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro no cargo. Por sua vez, Mario Fernandes teria a função de coordenar as ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas ao lado de Marcelo Câmara. Juntos, também teriam atuado no contato com líderes populares ligados aos eventos de 8 de janeiro.

Além disso, Filipe Martins é apontado como o responsável por auxiliar o ex-presidente em ações que poderiam culminar em um estado de sítio em todo o país, evidenciando um plano mais abrangente e estratégico que levantou preocupações quanto à democracia brasileira.

Consequências e desdobramentos futuros

As declarações de Mario Fernandes e as revelações sobre o conteúdo do documento “Punhal Verde e Amarelo” trazem à tona questionamentos sobre o que se considera liberdade de expressão e o que realmente configura ameaças à democracia. O Ministério Público vai adiante com sua investigação, buscando esclarecer todos os aspectos desse complexo caso que ainda gerará desdobramentos. A sociedade brasileira aguarda por respostas e por garantias de que ações como as que foram reportadas não voltem a acontecer.

Assim, a luta pela democracia segue em pauta no Brasil, ressaltando a importância das instituições de justiça em coibir práticas que possam ameaçar a ordem democrática e a segurança de seus cidadãos.

O desfecho das investigações ainda está por vir, e muitos permanecem atentos aos próximos capítulos desse caso que já se mostrou tão conturbado e repleto de polêmicas.

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