Nesta semana, a Casa Branca divulgou seu plano para inteligência artificial (IA) nos Estados Unidos, com o objetivo de “conquistar a liderança global em IA” e promover “bem-estar humano, competitividade econômica e segurança nacional”.
Plano de IA dos EUA destaca esforços para liderança responsável
Denominado “Vencer a Corrida da IA: Plano de Ação dos EUA”, o documento apresenta mais de 90 ações políticas federais focadas em acelerar inovação, construir infraestrutura de IA e liderar na diplomacia internacional.
Entre as prioridades, está a ampliação da cooperação tecnológica com aliados ao redor do mundo, o desenvolvimento de centros de dados avançados e a simplificação de regulações para o setor de IA.
Regras para o desenvolvimento responsável
O governo também pretende atualizar diretrizes de aquisição pública para garantir que contratos sejam feitos apenas com desenvolvedores de grandes modelos de linguagem que assegurem objetividade e ausência de viés ideológico. Segundo o anúncio, essas medidas buscam consolidar a liderança dos EUA na área sem abrir mão de ética e responsabilidade.
Perspectiva católica sobre inteligência artificial
Charles Camosy, professor de teologia moral e bioética na Universidade Católica de América, afirmou à EWTN News que a sociedade deve “ser extremamente cuidadosa” ao usar IA, especialmente à medida que a tecnologia avança nos EUA e globalmente.
Ele comentou que “precisamos criar uma cultura que molde a IA para servir o ser humano, não o contrário”. Para Camosy, o Papa Leo XIV certamente está atento aos riscos, e abordar a IA pode ser um dos legados mais ambiciosos de seu pontificado.
Em uma audiência no Vaticano em junho, Papa Leo afirmou que a IA “certamente será de grande ajuda à sociedade, desde que seu uso não comprometa a identidade, a dignidade do ser humano e suas liberdades fundamentais”.
O pontífice acrescentou: “Não podemos esquecer que a inteligência artificial funciona como uma ferramenta para o bem do ser humano, não para diminui-lo ou substituí-lo”.
Desafios éticos e riscos
Camosy destacou os perigos dos chatbots de IA, considerados “super perigosos”, pois muitas vezes confundem-se com humanos durante as conversas, levando à preocupação com enganos e delusões. “O fato de as pessoas não saberem se estão falando com uma pessoa de verdade ou um chatbot é preocupante”, afirmou.
Ele ressaltou que os seres humanos, criados à imagem de Deus, possuem uma alma e um relacionamento que nenhuma máquina consegue replicar. “Chatbots podem ser uma porta para o mal, especialmente se usados de forma mal-intencionada”, alertou.
Posição da Igreja e recomendações morais
Os bispos dos Estados Unidos também chamaram atenção para a importância de a IA respeitar a dignidade humana. Segundo eles, “a IA, quando baseadas em princípios morais sólidos, pode ajudar a superar obstáculos e melhorar as condições de vida”.
Porém, enfatizaram que a tecnologia deve complementar as ações humanas, e não substituí-las ou suas decisões morais. “Pedimos aos legisladores que sigam o exemplo de Papa Leo XIV, promovendo o desenvolvimento responsável da IA”, disseram os bispos.
Charles Camosy concluiu que “graças a Deus temos um Santo Padre comprometido com esses princípios”. E afirmou que a Igreja, muitas vezes, representa a voz contracultural contra alguns rumos do avanço tecnológico.