Brasil, 25 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

EUA demonstram interesse nas terras raras do Brasil

O governo dos EUA renova interesse em minerais críticos do Brasil, destacando a relevância das terras raras para tecnologias estratégicas.

O governo dos Estados Unidos voltou a demonstrar interesse nos minerais críticos e estratégicos (MCEs) do Brasil, especialmente os chamados “terras raras”, elementos fundamentais para a transição energética e tecnologias de ponta, como chips, baterias, turbinas e armamentos modernos. O recado foi transmitido pelo encarregado de negócios da embaixada norte-americana em Brasília, Gabriel Escobar, nesta quarta-feira (23/7), durante reunião com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

Reforço na parceria entre Brasil e EUA

O presidente do Ibram, Raul Jungmann, afirmou que Escobar reiterou o interesse dos EUA no setor mineral brasileiro — algo que já havia sido mencionado em um encontro anterior, há cerca de três meses. “O que ele falou é que os EUA tinham interesse nos MCEs — o que, aliás, ele já tinha nos falado há três meses”, relatou Jungmann, que foi ministro da Defesa e da Segurança Pública no governo Michel Temer.

Impacto das tarifas e tensões comerciais

A reunião ocorreu em um contexto marcado pela escalada das tensões comerciais entre Brasil e EUA. A partir de 1º de agosto, está prevista a aplicação de uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, conforme anunciado pelo ex-presidente Donald Trump. Essa medida é vista pelo governo Lula como uma retaliação política, especialmente considerando o teor da carta enviada por Trump, na qual ele expressou oposição às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que dizem respeito ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Brasil como potência em minerais críticos

O Brasil é um dos poucos países com reservas significativas de minerais críticos, como nióbio, lítio, cobre, grafite, cobalto e os próprios elementos terras raras — um grupo de 17 metais com aplicações em setores de alta tecnologia, defesa e energia renovável. De acordo com o Serviço Geológico dos EUA, o Brasil possui a segunda maior reserva conhecida de terras raras no mundo, logo atrás da China.

A China é a principal fornecedora global desses minerais, controlando a cadeia de produção e já implementou restrições à exportação para os EUA. Em resposta, Washington tem buscado diversificar suas fontes de fornecimento e firmado acordos sobre o tema com aliados, incluindo a Ucrânia e a Austrália.

O que está em jogo?

O governo norte-americano, recentemente, manifestou interesse em minerais críticos em troca de financiar apoio à Ucrânia, atualmente em guerra com a Rússia. Os países assinaram um acordo estratégico que estabelece a criação de um fundo conjunto para a exploração de minerais críticos, como lítio, titânio, grafite e urânio. O objetivo é fortalecer a economia ucraniana e reduzir a dependência ocidental da China no fornecimento desses insumos.

O futuro das terras raras no Brasil

A busca do governo dos EUA por maiores fornecimentos de terras raras do Brasil pode ter um impacto significativo na economia e na geopolítica do país. Com o aumento da demanda por tecnologias que dependem desses minerais, como veículos elétricos e dispositivos eletrônicos, o Brasil tem uma oportunidade única de se posicionar como um fornecedor estratégico a nível global.

No entanto, o Brasil também deve estar atento às suas próprias políticas internas de mineração e exploração, garantindo que o desenvolvimento sustentável e a proteção ambiental sejam priorizados, mesmo frente a crescentes pressões internacionais. O equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental será essencial para aproveitar ao máximo essa oportunidade.

Enquanto as negociações se desenrolam, o Brasil poderá se fortalecer não apenas em termos de riqueza mineral, mas também em sua posição no cenário internacional, tendo em vista sua enorme capacidade de suprir as necessidades do mercado global de minerais críticos.

Fonte

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes