Brasil, 25 de julho de 2025
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Coronel nega monitoramento ilegal e se sente usado em investigação

Coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, nega acusações de monitoramento ilegal e critica uso indevido das informações.

O coronel do Exército Marcelo Câmara, ex-assessor do presidente Jair Bolsonaro, declarou em interrogatório realizado nesta quinta-feira (24/7) que não realizou monitoramento ilegal do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, as informações que coletou foram obtidas de fontes públicas e visavam apenas aproximar o ex-presidente do ministro. A declaração vem no contexto de sua defesa em um processo ligado a uma trama golpista.

Interrogatório e alegações

No seu depoimento ao STF, Câmara, que responde como réu no núcleo 2 da suposta conspiração, negou categoricamente que suas intenções fossem “escusas”. Ele mencionou que estava focado em facilitar a comunicação entre Bolsonaro e Moraes, sem qualquer conotação ilícita. “Eu passava dados, ajuste de agenda para uma aproximação com o ministro. Se alguma coisa que passei para o Cid e ele usou para outro fim, a não ser o que eu esperava, eu me sinto até usado nisso aí”, declarou o militar, expressando sua frustração com a situação.

O coronel revelou seu descontentamento com o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que supostamente teria desvirtuado as informações que Câmara forneceu.

Durante a sessão, Câmara destacou que tinha plena confiança em seu trabalho e que todas as suas atividades eram pautadas por princípios legais e éticos. Sua defesa ressalta que o coronel não estava ciente de qualquer uso indevido das informações que compartilhou.

Detenção e contexto legal

O coronel Marcelo Câmara foi preso no dia 18 de junho por determinação do ministro Alexandre de Moraes, sendo acusado de obstrução de Justiça. Sua prisão ocorre em um cenário em que investigações a respeito da tentativa de golpe de Estado no Brasil estão em andamento, envolvendo diversas figuras ligadas ao governo de Bolsonaro.

Câmara não é o único réu nesse contexto. O núcleo 2 da investigação abriga outros indivíduos, incluindo Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, e Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário-adjunto da Segurança Pública do Distrito Federal, entre outros. Todos respondem a acusações graves que incluem tentativa de abolição violenta do Estado Democrático e participação em organização criminosa.

Presença do advogado e garantias legais

O ministro Alexandre de Moraes também autorizou, no dia anterior ao interrogatório, a presença do advogado de Câmara no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para acompanhar os interrogatórios dos réus do núcleo 2. Essa medida garante que todos os réus tenham acesso a um defensor legal devidamente preparado para acompanhar as audiências e assegurar que seus direitos sejam respeitados.

No interrogatório do núcleo 1, um similar foi realizado quando o advogado do general Braga Netto, também acusado e preso preventivamente, pôde acompanhar seu depoimento em uma sala no Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. A vigilância sobre os direitos dos réus é uma prioridade nas ações do STF, enfatizando o funcionamento do Estado de Direito no Brasil.

Consequências e o futuro da investigação

As consequências dessa investigação são amplas e impactam não apenas os envolvidos diretamente, mas também a imagem do governo pós-Bolsonaro e a estabilidade política do país. As acusações de um suposto plano orquestrado para manter o ex-presidente no poder são graves e, se comprovadas, podem levar a punições severas para os envolvidos.

Marcelo Câmara e outros réus enfrentam um futuro incerto, com a possibilidade de um processo judicial que pode se estender por meses ou até anos, dependendo das complexidades das investigações. A expectativa é que essa investigação seja um divisor de águas na política brasileira, refletindo a necessidade de responsabilização e justiça nos casos de tentativas de desestabilizar a democracia.

A sociedade brasileira, atenta a esses desdobramentos, se pergunta até onde vai a responsabilidade de cada um e como essas ações impactarão o futuro democrático do Brasil.

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