Brasil, 25 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Brasil reforça que Judiciário não entrará em negociação com EUA sobre tarifas

Ministro da Agricultura afirma que questões judiciais não fazem parte do diálogo comercial com Estados Unidos, que impõem sobretaxa de 50%

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou nesta quinta-feira que o Brasil não incluirá questões relacionadas ao Judiciário na negociação com os Estados Unidos sobre tarifas comerciais. Fávaro reforçou que o governo brasileiro permanece aberto ao diálogo, mas aspectos como a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) estão fora da pauta de negociações.

Posição firmada do governo brasileiro

Durante entrevista ao GLOBO, Fávaro afirmou que “o Judiciário não vai para a pauta de negociação” e que “o que não é possível fazer, não será negociado”. Segundo ele, o foco do Brasil está em manter a discussão estritamente comercial, sem envolver aspectos políticos ou judiciários.

Efeito das tarifas e sobretaxa dos EUA

Após a imposição de uma sobretaxa de 50% em produtos brasileiros, como carne bovina, café e suco de laranja, Estados Unidos têm insistido em mudanças relacionadas ao Judiciário brasileiro, especialmente no Supremo Tribunal Federal. O presidente Donald Trump chegou a afirmar que o ex-presidente Jair Bolsonaro estaria sendo perseguido pelo ministro Alexandre de Moraes, além de criticar a regulação de big techs americanas, que atuam em plataformas de internet.

Sanções e tensões diplomáticas

Na última sexta-feira, o governo americano suspendeu o visto de Moraes e outros magistrados do STF, além de manter a ameaça de novas sanções. Segundo interlocutores do governo brasileiro, as conversas entre as duas nações continuam, embora de modo reservado, e sem avanços significativos devido às tensões políticas.

Perspectivas para o agronegócio brasileiro

Apesar das dificuldades, Fávaro destacou que o Brasil tem buscado ampliar seus mercados internacionais. Desde o início do governo Lula, o país conquistou aproximadamente 400 novos destinos de exportação, como a China, que aumentou sua compra de carne brasileira de 40 para 90 plantas habilitadas — uma estratégia que tem sido fundamental para diversificar as exportações diante do cenário adverso com os EUA.

“Estamos em fase de conquistar mercados, mas a questão das tarifas americanas ainda demora a ser resolvida”, afirmou o ministro, ressaltando que produtos como café, suco de laranja e carne bovina podem levar mais tempo para retomar níveis normais de exportação.

Diálogo conturbado e futuro das negociações

Desde o início das medidas protecionistas de Donald Trump, o relacionamento entre Brasil e EUA apresenta dificuldades, com 11 rodadas de negociações até o momento. A postura agressiva dos americanos e tentativas de interferência em assuntos internos brasileiros empobreceram o diálogo bilateral, que agora ocorre de forma reservada, segundo fontes do governo brasileiro.

Autoridades brasileiras afirmam que, diferentemente de países como Reino Unido, Japão e Indonésia, que fecharam acordos exclusivamente comerciais, o Brasil evita incluir temas políticos nas negociações para evitar agravamentos na relação diplomática.

Mais detalhes sobre a postura do governo e os desdobramentos das negociações podem ser acessados no Fonte original.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes