Embora ainda realize a maior parte de suas exportações e importações em dólar — cerca de 95% — o Brasil tem avançado em negociações de uso de moedas locais com países do Mercosul. Essa estratégia, que antecede declarações do presidente Lula sobre alternativas ao dólar no comércio internacional, visa maior autonomia econômica.
Negociações de pagamento em moedas locais e o sistema SML
Atualmente, o Banco Central do Brasil mantém apenas três convênios de pagamento em moedas locais com Argentina, Uruguai e Paraguai, através do Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML). Segundo dados de 2024, a maior parte dessas operações ocorre com a Argentina, que recebeu R$ 3,38 bilhões do Brasil pelo sistema, seguida por Paraguai e Uruguai, com R$ 829 milhões e R$ 376 milhões, respectivamente.
Vantagens do uso de moedas locais
O SML, criado em 2008, permite que pagamentos sejam feitos diretamente em reais, eliminando a necessidade de conversão em dólar e reduzindo custos. Assim, exportadores podem fixar preços na própria moeda, evitando oscilações cambiais, o que torna as transações mais previsíveis e econômicas para empresas e consumidores.
Quanto às importações, o Paraguai é o principal país de origem das compras feitas pelo sistema, somando R$ 161,6 milhões até abril de 2025. Os dados mostram ainda que, nesse período, o Brasil importou R$ 68,4 milhões de produtos do Paraguai, R$ 21,8 milhões do Uruguai e R$ 1,75 milhão da Argentina por meio do SML. A maior parte das exportações para a Argentina soma R$ 1,45 bilhão até agora em 2025.
O papel do dólar na economia mundial e os esforços de diversificação
Desde 1944, o dólar é a principal referência no comércio global, estabelecido pelo Acordo de Bretton Woods, que criou um sistema financeiro internacional sob a liderança estadunidense. Apesar do domínio da moeda americana, países como Brasil e integrantes do Mercosul buscam alternativas para diminuir a dependência do dólar, especialmente em negociações bilaterais.
Recentemente, o presidente Lula voltou a mencionar a possibilidade de criar uma moeda do BRICS e promover maior uso de moedas locais, como forma de ampliar a independência econômica do Brasil. No entanto, o dólar ainda domina o mercado, especialmente nas transações internacionais de maior volume.
Perspectivas e desafios para maior autonomia financeira
As atuais negociações de redução de tarifas comerciais e o fortalecimento do uso de moedas locais representam passos importantes nessa direção. Ainda assim, é preciso avançar em acordos multilaterais, ampliando o uso de moedas nacionais e buscando novas alternativas às hegemonias financeira e cambial dominantes.
Apesar de ainda negociar cerca de 95% das suas exportações e importações em dólar, o Brasil tem avançado em negociações de uso de moedas locais com países do Mercosul, uma estratégia para reduzir a dependência do dólar nas operações comerciais internacionais. Essa prática, que já ocorre desde antes das recentes declarações do presidente Lula, evidencia um esforço do país em buscar maior autonomia no comércio exterior.
Negociações de pagamento em moedas locais e o sistema SML
Atualmente, o Banco Central do Brasil mantém apenas três convênios de pagamento de moedas locais: com Argentina, Uruguai e Paraguai, por meio do Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML). Segundo dados de 2024, a maior parte das transações ocorre com a Argentina, que recebeu R$ 3,38 bilhões em exportações brasileiras pelo sistema, seguido por Paraguai e Uruguai, com R$ 829 milhões e R$ 376 milhões, respectivamente.
Vantagens do uso de moedas locais
O SML, criado em 2008, permite que as operações ocorram diretamente em reais, sem a necessidade de troca pelo dólar — o que reduz custos e a exposição às variações cambiais. Além disso, o sistema possibilita fixar preços na própria moeda e simplifica o procedimento de pagamento para empresas e consumidores.
Em relação às importações, o Paraguai é o principal destino das compras do Brasil pelo sistema, totalizando R$ 161,6 milhões, seguido pelo Uruguai e Argentina, com valores menores. Até abril de 2025, as exportações brasileiras para Argentina alcançam R$ 1,45 bilhão via SML, enquanto as importações totalizam R$ 68,4 milhões dos paraguaios e R$ 21,8 milhões dos uruguaios.
Contexto global e o papel do dólar no comércio mundial
Desde 1944, com o Acordo de Bretton Woods, o dólar consolidou-se como principal moeda de referência no comércio internacional, além de servir como reserva global. Apesar disso, a busca por alternativas à hegemonia do dólar é tema recorrente, especialmente no Brasil e no Mercosul.
Recentemente, Lula falou sobre a criação de uma nova moeda do BRICS e a possibilidade de romper com a dependência do dólar, refletindo uma tendência global de diversificação monetária. Ainda assim, o dólar permanece dominante, com o Brasil negociando em sua moeda apenas uma pequena parcela do comércio exterior.
Respostas ao aumento de tarifas e tentativas de maior independência
Nos últimos dias, o Brasil negocia uma possível redução da tarifa de importação imposta pelos Estados Unidos