Na última segunda-feira, mais de 230.000 páginas relacionadas ao assassinato de Rev. Dr. Martin Luther King Jr. em 1968 foram tornadas públicas pelo Arquivo Nacional dos Estados Unidos. A divulgação ocorreu sem aviso prévio e gerou reações diversas, inclusive do próprio núcleo familiar do líder dos direitos civis.
Reação de Bernice King à publicação dos arquivos sobre seu pai
Bernice King, líder do The King Center, declarou, em entrevista à Vanity Fair, que não estava preparada para lidar novamente com os detalhes da morte de seu pai. Ela afirmou: “Hoje, não estou escrevendo na minha função de CEO do The King Center para falar sobre a liberação dos registros. Eu questiono por que tenho que confrontar algo que foi muito confuso e angustiante para mim quando tinha cinco anos”.
A руководитель ressaltou que a revisitação desses detalhes representa reviver traumas e que, na sua visão, não há valor algum na reexposição dessa história. “Para mim, não passa de relembrar a dor”, completou.
Reações externas e controvérsia sobre os arquivos
Alguns historiadores argumentam que os arquivos não trazem informações inéditas sobre o caso, embora sua divulgação tenha sido vista por outros como um movimento político para desviar a atenção de controvérsias envolvendo, por exemplo, os arquivos relacionados a Jeffrey Epstein. Rev. Al Sharpton afirmou que a liberação serve como uma distração da verdadeira discussão pública.
Por sua vez, a família de King expressou desapontamento e criticou o momento da liberação. O The King Center declarou em nota que a divulgação é “inepta e mal-timed”, considerando os inúmeros desafios sociais e injustiças atuais, e chamou atenção para o fato de que não é o momento ideal para reabrir feridas do passado.
A importância do momento e o impacto na memória coletiva
Bernice também utilizou suas redes sociais, especificamente o X (antigo Twitter), para manifestar sua postura breve, mas direta: “Agora, considerem os arquivos de Epstein”.
Apesar das diferentes opiniões, o episódio reacende debates sobre a privacidade, o momento adequado para liberações de documentos sensíveis e a maré de discussões que envolvem justiça e memória histórica nos Estados Unidos. Ainda que muitos considerem a liberação uma tentativa de manipulação política, a controvérsia permanece e evidencia a complexidade de lidar com figuras históricas e seus legados.