Brasil, 25 de julho de 2025
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Arrecadação de junho atinge recorde, mas segundo semestre preocupa

Em junho, arrecadação foi de R$ 234 bilhões, refletindo medidas fiscais, mas risco de desaceleração preocupa especialistas

A arrecadação federal em junho foi de R$ 234 bilhões, o valor mais alto já registrado para o mês, informou nesta quinta-feira a Receita Federal. No acumulado de janeiro a junho, o Brasil arrecadou R$ 1,4 trilhão, resultado que evidencia uma recuperação após medidas fiscais implementadas pelo governo, apesar da incerteza sobre o desempenho no segundo semestre.

Impacto das medidas fiscais e desafios futuros

O sucesso da arrecadação reflete decisões polêmicas, como a tributação sobre fundos exclusivos e o aumento do imposto sobre ganho de capital. “A arrecadação maior do que a prevista e a entrada de novos tributos mostram a força do momento, mas há dúvidas se esse ritmo será sustentado na segunda metade do ano”, avalia o economista Alexandre Schwartsman.

Contexto econômico e ameaças externas

Entre os fatores que podem desacelerar o crescimento da arrecadação estão a alta taxa de juros, que limita o consumo e os investimentos, e a ameaça de sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos. Essa medida, se implementada, pode impactar negativamente a atividade econômica e, consequentemente, a arrecadação.

Despesas obrigatórias e equilíbrio fiscal

Um dos principais desafios atuais do governo é o aumento das despesas obrigatórias, que não podem ser reduzidas a curto prazo. Apesar do crescimento na arrecadação, o país ainda enfrenta déficit, especialmente devido ao aumento dessas despesas, que refletem custos relacionados a previdência e salários, por exemplo.

Segundo especialistas, o Brasil conseguiu reduzir o déficit público nos últimos anos, saindo de déficits crescentes na gestão Dilma para um quadro de melhora com o governo Fernando Henrique Cardoso e os dois mandatos de Lula. Entretanto, as contas continuam apertadas, e a meta de superávit para 2026 será mantida, conforme afirmou o ministro Fernando Haddad.

Desafios herdados e esforço para equilíbrio

O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou uma situação fiscal difícil, com aumento de despesas e precatórios que afetaram o orçamento. O economista Alexandre Schwartsman comenta que o cenário exige cuidado, especialmente com fatores externos e a inflação de custos internos.

Apesar do otimismo com o crescimento da arrecadação, especialistas alertam que há riscos de desaceleração no segundo semestre, o que pode tornar mais difícil atingir as metas fiscais estabelecidas pelo governo para o ano. A estratégia do governo de manter o equilíbrio fiscal será fundamental para evitar uma crise mais agravada.

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