Brasil, 25 de julho de 2025
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A esquerda adota estilo dos vídeos de Nikolas para criticar o bolsonarismo

Bia Lula usa a linguagem popularizada pelo deputado Nikolas Ferreira para criticar Trump e Bolsonaro em meio a tarifas americanas.

Recentemente, a esquerda brasileira tem se apropriado de um estilo de comunicação que ficou popularizado por figuras da direita, como o deputado federal Nikolas Ferreira. Em um novo capítulo dessa disputa de narrativas, Bia Lula, neta do atual presidente, utilizou essa estética em um vídeo para criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente americano, Donald Trump, em relação à tarifa de 50% imposta sobre produtos brasileiros. A adoção desse modelo é uma tentativa de confrontar a narrativa bolsonarista em um momento de crise política e econômica no Brasil.

A ofensiva de Bia Lula contra Trump e Bolsonaro

No vídeo, Bia Lula destaca que tanto Trump quanto Bolsonaro buscam dominar, ou “dominar o Brasil”, segundo suas palavras. Ela ainda defendeu a atuação do avô, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que ele está empenhado na defesa do Pix, sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central. “Ah, vão dizer que o Bolsonaro criou o Pix. Gente, o Pix foi criado por técnicos brasileiros. E sabe quem está defendendo o Pix agora? O Lula!”, rebateu Bia, no intuito de deslegitimar as contribuições do ex-presidente a esse sistema.

A escolha de Bia de utilizar este modelo de vídeo não é aleatória. Nos últimos anos, Nikolas Ferreira se destacou por se comunicar diretamente com o público por meio de vídeos simples, mas eficazes, que tratam de forma direta temas polêmicos e que U اسرائیل ralam em discussões políticas importantes. No entanto, o estilo não é exclusividade de um partido; é uma ferramenta que agora a esquerda busca dominar para comunicar suas mensagens e fortalecer o seu posicionamento.

Reação das figuras de direita

A reação ao discurso de Bia Lula veio rapidamente de outros políticos da direita, incluindo Nikolas Ferreira, que criticou a neta do presidente em suas redes sociais. Ele destacou um erro no discurso em que Bia menciona que os Estados Unidos exploram o Brasil há 500 anos, ignorando que o Brasil foi fundado apenas em 1822. “Essa aprendeu números com o avô, sai inventando bastante também”, sarcasticamente comentou o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro.

O fenômeno Nikolas Ferreira e suas influências

O estilo de comunicação adotado por Nikolas Ferreira, que por meio de vídeos curtos e contundentes conseguiu alcançar uma audiência massiva—mais de 300 milhões de visualizações em um de seus vídeos sobre o Pix—é admirado e criticado por muitos especialistas na área de comunicação. Para o professor Arthur Ituassu, do departamento de comunicação social da PUC-Rio, o que importa é o conteúdo e a mensagem que está sendo transmitida. “A estética pode ajudar na viralização, mas a eficácia depende do conteúdo e do contexto”, observa ele.

Ituassu acredita que a esquerda está começando a entender a importância de adaptar suas mensagens para o formato de comunicação digital que a direita tem explorado com sucesso. “Os elementos que unem os campos não são de esquerda ou de direita, mas sim discursos digitais e antissistema que buscam engajamento nas redes sociais”, diz Luciana Veiga, professora de Ciência Política na UniRio, ressaltando a aprendizagem da esquerda em relação à dinâmica das redes sociais.

A nova face da comunicação política no Brasil

Conforme a competição política se intensifica, também vemos um movimento crescente para a adoção de linguagens que valorizam a comunicação direta e as críticas à mídia tradicional. Os políticos estão cada vez mais se distanciando do formalismo institucional para se conectar com o público de maneira mais casual e acessível.

A transição de um estilo formal e institucional para uma comunicação mais direta e até provocativa pode ser vista como uma resposta às mudanças no cenário político e às novas demandas dos cidadãos. “Essa evolução evidencia que tanto a esquerda quanto a direita estão em uma corrida para capturar a atenção do eleitorado e mobilizar apoio nas redes sociais”, conclui Ituassu.

Em meio a um cenário em que a comunicação se torna cada vez mais digital e instantânea, a forma como políticos de diferentes espectros ideológicos se posicionam nas redes sociais poderá ser um fator decisivo nas próximas disputas eleitorais no Brasil.

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