Yago Dora está prestes a alcançar um marco inédito para o surfe brasileiro. O surfista catarinense confirmou sua participação no WSL Finals de 2025, um evento crucial que define o campeão mundial da temporada. A competição ocorrerá entre 27 de agosto e 4 de setembro, nas deslumbrantes Ilhas Fiji. Essa conquista foi potencializada por sua impressionante performance na etapa de Jeffreys Bay, na África do Sul, onde terminou em segundo lugar.
Possibilidade de liderar o ranking e ganhar um troféu
Dora tem a chance de chegar à final como líder do ranking, o que, devido a uma recente mudança no regulamento da Liga Mundial de Surfe (WSL), poderia permitir que ele se sagrasse campeão mundial com apenas uma bateria. O primeiro colocado entra direto na final e precisa vencer uma disputa para ser campeão, um cenário que aproxima Yago do sonhado troféu.
“Estou bem focado agora em conseguir manter a liderança para chegar nas finais em Fiji com uma vantagem em relação aos outros competidores. Acho que é uma posição bem importante, então quero dar meu melhor para conseguir”, afirmou Yago, em entrevista ao GLOBO.
Dificuldades adiante e o caminho até o título
Com sua subida na classificação após a final em J-Bay, Yago agora mira com esperanças a última etapa da temporada regular, que ocorrerá em Teahupoo, no Taiti, entre 7 e 16 de agosto. Para garantir a liderança, ele precisa alcançar a semifinal nessa etapa. Nesse momento, apenas dois surfistas têm chances matemáticas de ultrapassá-lo: o sul-africano Jordy Smith e o japonês Kanoa Igarashi.
- Se Yago for eliminado na repescagem, Igarashi só o ultrapassa se vencer a etapa.
- Smith precisaria também alcançar as semifinais nesse mesmo cenário, e se Yago avançar até as oitavas, Smith teria que ser finalista.
“Acredito que amadureci muito profissionalmente e como pessoa nesses dois últimos anos. Me sinto mais preparado técnica e mentalmente também”, comentou Yago sobre seu desempenho, que é o melhor em sete anos na elite do surfe.
Novas regras e suas implicações
A WSL anunciou recentemente uma mudança significativa no formato do Finals. Até o ano passado, o líder da temporada regular tinha que disputar uma melhor de três contra o vencedor da chave que reunia os atletas classificados do quinto ao segundo lugar. Em 2025, caso Yago chegue como número um, ele terá a oportunidade de ser campeão mundial ao vencer apenas uma disputa direta na final.
“Já está há algum tempo sendo conversado sobre isso, e acho mais do que justo. O líder trabalhou o ano todo com consistência, então é uma recompensa válida”, avaliou Yago sobre as mudanças que favorecem os atletas mais consistentes durante o ano.
Desafios e a competição acirrada
Yago, que surfa com a perna direita à frente da prancha, tem uma vantagem considerável em Teahupoo, que é conhecida por suas ondas desafiadoras e tubulares que quebram para a esquerda. “Todos os adversários ali no topo do ranking são muito duros de bater na maioria das condições. O nível está cada vez mais parelho, mas eu amo isso. Quanto maior o desafio, sinto que consigo elevar minha performance também”, concluiu o surfista, otimista para as próximas competições.
Caso Yago Dora consiga conquistar o título, ele se juntará a uma seleta lista de campeões mundiais brasileiros, incluindo nomes como Gabriel Medina, Filipe Toledo, Italo Ferreira e Adriano de Souza. Se a trajetória se mostrar promissora, o surfe brasileiro pode muito em breve celebrar mais uma conquista histórica.