O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira (23) que aplicará tarifas recíprocas variando entre 15% e 50% sobre parceiros comerciais, incluindo o Brasil. A medida, presente em um evento sobre inteligência artificial em Washington, indica uma alta no piso das tarifas que podem ser impostas aos principais países parceiros dos EUA.
Tarifa entre 15% e 50% como estratégia comercial
Durante a cúpula, Trump afirmou: “Vamos ter uma tarifa simples e direta de algo entre 15% e 50%. Algumas — temos 50% porque não temos nos dado muito bem com esses países”. Essa declaração reforça a intenção do governo americano de adotar uma postura mais agressiva nas relações comerciais, especialmente com países fora do grupo que já têm acordos com Washington.
Incluição do Brasil na tarifa de 50%
O Brasil está entre os países atingidos pela proposta de tarifa máxima de 50%, que Trump atribui à postura do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo americano também anunciou que vai abrir uma investigação sobre supostas restrições às empresas de tecnologia americanas no Brasil, além de outras práticas comerciais consideradas injustas (fonte).
Contexto das tarifas e negociações atuais
Trump já manifestou, desde o início do mês, a intenção de aplicar tarifas de aproximadamente 10% a 15% a mais de 150 países, incluindo nações latino-americanas, africanas e do Caribe. Em abril, revelou uma tarifa universal de 10% para quase todas as nações, num movimento de reforçar sua posição de força nas negociações e impor condições mais rigorosas.
Reações de mercado e perspectiva internacional
Enquanto o mercado reage positivamente a alguns avanços, como a Alemanha que percebe sinais de avanço na disputa comercial entre União Europeia e EUA (fonte), companhias americanas do setor automotivo criticam o acordo comercial com o Japão, promovido pelo governo. A postura de Trump reforça uma estratégia dePressure para ampliar o impacto de tarifas sobre exportações de países aliados ou considerados adversários.
Crise e possibilidades de negociações
Apesar do discurso de imposição de tarifas, Trump também mencionou a possibilidade de negociações, indicadas por tratados que possam reduzir as taxas. No entanto, afirmou que busca uma abordagem “sem negociações de ida e volta”, preferindo tratar as tarifas como verdadeiros “acordos” de força.
Segundo fontes, Trump estaria promovendo negociações com a União Europeia, alegando que, se as tratativas avançarem, as tarifas poderão ser reduzidas para países que abrirem seus mercados às empresas americanas (fonte).
O anúncio reforça a tendência de um aumento na disputa comercial global, com o Brasil e demais países de fora do grupo privilegiado buscando alternativas para minimizar os impactos dessas tarifas, enquanto negociam com os EUA na tentativa de evitar tarifas mais elevadas.