Brasil, 25 de julho de 2025
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TCU revela pagamento de R$ 2,7 bilhões a falecidos entre 2016 e 2024

Auditoria do TCU aponta falhas no registro de óbitos que permitiram pagamentos indevidos no Brasil, com riscos elevados de perdas financeiras.

Uma recente auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) trouxe à tona a alarmante quantia de R$ 2,7 bilhões pagos indevidamente a pessoas já falecidas entre 2016 e 2024. Essas falhas gravíssimas foram identificadas principalmente no registro de óbitos do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), uma constatação que gerou grande preocupação sobre a integridade do sistema de benefícios sociais no Brasil.

Implications of the Findings

No relatório, que analisou a base de dados do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), aprovada pelo plenário da Corte, cerca de 91% do total pago refere-se a benefícios previdenciários. Essa situação inclui não apenas salários e pensões de servidores ativos, aposentados e pensionistas, mas também auxílio social e trabalhista, como o Bolsa Família. O TCU estima ainda que, se todo o conjunto de registros de óbitos ausentes fosse auditado, esses pagamentos indevidos poderiam ultrapassar R$ 4,4 bilhões.

O impacto dessa falha é preocupante, visto que o número de registros de óbitos não informados ao Sirc atinge impressionantes 13,1 milhões. Destes, 12,7 milhões são registros antigos, que deveriam ter sido inseridos entre 1976 e 2015, e 344 mil referem-se a casos ocorridos após a criação do Sirc.

Falhas no Sistema

O relatório detalha ainda problemas relacionados à qualidade dos dados atualmente armazenados no Sirc, como 34.454 registros sem a data de óbito e 84.445 com datas inconsistentes em comparação ao Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Embora essas inconsistências não estejam incluídas na conta dos R$ 2,7 bilhões, elas aumentam o risco de novos pagamentos indevidos, especialmente quando há discrepâncias superiores a 30 dias entre as datas registradas.

A Resposta do INSS

O relator da auditoria, ministro Jorge Oliveira, recomendou a ampliação das ações corretivas para incluir todas as unidades de registro civil que atrasam o envio de dados. Ele sugere o estabelecimento de metas regionais para reduzir o tempo médio de repasse de registros ao Sirc: “Entendo que o Tribunal deve determinar a adoção de providências que mitiguem o risco de pagamentos indevidos ante a demora na entrega dos dados ao Sirc”, afirmou Oliveira em seu voto.

Além disso, o relatório destaca que o INSS está tomando medidas proativas para remediar a situação. Isso inclui o desenvolvimento de um projeto para otimizar o tempo de envio de dados ao Sirc, melhorias no sistema Sirc Web e a criação de um painel analítico para facilitar consultas pelas corregedorias. O INSS também tem realizado acompanhamento e apoio técnico aos cartórios e corregedorias, com visitas para correção de inconsistências e orientações técnicas.

Consequências e Recomendações Finais

A gravidade das falhas identificadas pelo TCU não pode ser subestimada, pois essas situações não apenas resultam em perdas financeiras significativas, mas também podem prejudicar a confiança da população no sistema de seguridade social. É imperativo que ações eficazes sejam implementadas para solucionar essas disparidades e prevenir fraudes futuras.

Em um momento em que o Brasil enfrenta desafios econômicos e sociais consideráveis, garantir a integridade dos sistemas de benefícios é mais crucial do que nunca. Medidas urgentes para corrigir essas falhas, juntamente com ações de educação e conscientização sobre a importância da atualização dos registros de óbitos, são passos fundamentais para assegurar a boa gestão dos recursos públicos.

Com um total de R$ 2,7 bilhões em pagamentos indevidos, a auditoria do TCU tem um papel vital em chamar a atenção para a necessidade de melhorias na administração desses serviços essenciais. A transparência e a eficiência devem ser prioridades para evitar que situações como esta se repitam no futuro.

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