Brasil, 24 de julho de 2025
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Silas Malafaia critica ministro Alexandre de Moraes em entrevista

Pastor desafia decisões do STF e defende ex-presidente Bolsonaro.

O pastor Silas Malafaia, um dos aliados mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro, voltou a disparar críticas contundentes contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Durante uma entrevista ao Contexto Metrópoles, realizada nesta quarta-feira (23/7), Malafaia o classificou como “criminoso” e alegou que ele “rasga a Constituição” brasileira.

Críticas severas ao STF

Malafaia não poupou palavras ao se referir a Moraes, citando artigos específicos da Constituição para fundamentar suas acusações. “Alexandre de Moraes é um criminoso, porque rasga sucessivamente a Constituição. E cito aqui os artigos, para não dizer que é bravata: artigo 5º, inciso IV; artigo 5º, inciso XVI; artigo 5º, inciso LV; artigo 53; artigo 102; artigo 129 e os parágrafos seguintes”, afirmou o pastor.

Além disso, Malafaia levantou questionamentos sobre a inclusão de Bolsonaro nas investigações relacionadas a uma suposta tentativa de golpe, enfatizando que o ex-presidente estava fora do Brasil no momento em que ocorreram os eventos que embasaram a apuração. “Bolsonaro estava na América. Foi ele que convocou o povo para a frente dos quartéis? Foi ele que mandou o povo quebrar Brasília? Como é que ele é incluído em um inquérito? Isso é uma farsa de pura perseguição política”, declarou o pastor.

Medidas contra Bolsonaro

Decisões de Moraes

A mais recente decisão de Moraes impôs restrições severas ao ex-presidente. Ele determinou que Bolsonaro está proibido de divulgar qualquer tipo de entrevista por meio das redes sociais, incluindo retransmissões, áudios e vídeos, e alertou que a violação dessa determinação poderá levar à prisão imediata do ex-presidente.

Essa decisão faz parte de um inquérito que investiga a alegada articulação de um golpe de Estado para impedir a posse do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e é justificada por Moraes com base em declarações recentes de Bolsonaro, que, segundo o ministro, ultrapassaram os limites do discurso político e configuram “ousadia criminosa”. Além disso, outras medidas já haviam sido impostas, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com investigados e com representações diplomáticas.

Influência e articulações políticas

A escalada das medidas cautelares contra Bolsonaro se dá dentro de um contexto em que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem tido um papel relevante, conforme apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Eduardo é considerado uma peça central nas tentativas de articulação internacional contra o STF e outras instituições brasileiras. As investigações sugerem que ele atuou nos bastidores, a partir dos Estados Unidos, para mobilizar pressão contra o STF.

Por sua vez, o pastor Malafaia se posicionou como defensor de ambos, Bolsonaro e Eduardo, sugerindo que fazem parte de uma injustiça. “No primeiro momento, o pau cantou em cima do Bolsonaro, em cima do Eduardo, tudo quebrou em cima deles. Mas agora o povo está tomando consciência. Quer dizer então que o Eduardo Bolsonaro e o Bolsonaro são culpados de ordens a plataformas americanas, ilegais, imorais e secretas?”, questionou Malafaia.

Malafaia reafirma sua posição política

O pastor Silas Malafaia reiterou sua lealdade a Jair Bolsonaro, mas com uma ressalva importante: “Sou aliado de Bolsonaro. Mas eu tenho voo próprio. Falo com ele coisas que ninguém é capaz de falar — e por isso ele me considera um amigo. Eu sou a favor do Brasil acima de tudo, da justiça acima de tudo — e não de perseguição política, vergonhosa e absurda”.

Em um cenário polarizado, as declarações de Malafaia revelam a tensão entre as instituições antagônicas e a necessidade de discussões sobre os limites da liberdade de expressão e a atuação do Judiciário. Essas afirmações ecoam entre seus apoiadores e refletem uma crescente inquietação acerca do papel do STF na política brasileira contemporânea.

O desdobramento desse embate promete seguir impactando a já conturbada relação entre o Executivo e o Judiciário, levantando questões sobre a democracia e o estado de direito no Brasil.

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