Uma raposa-do-campo, conhecida por ser uma espécie ameaçada de extinção, foi devolvida à natureza no Parque Estadual do Rangel, localizado em Curimatá, a 745 km de Teresina. Esta ação faz parte de um trabalho mais amplo de reintegração de animais silvestres ao seu habitat natural, realizado pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Na última terça-feira (22), ao todo, 10 animais foram soltos após receberem cuidados e tratamento.
A raposa e seu resgate
O animal foi encontrado em um estado preocupante. O resgate ocorreu em uma residência no povoado São Vicente, na região da Santa Maria da Codipi, zona Norte de Teresina, onde estava sendo domesticada. A raposa apresentava patas tortas, sinais de atrofia, alimentação inadequada e sintomas claros de estresse. A informação foi confirmada pelo Batalhão de Polícia Ambiental, que participou da ação.
O secretário da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Feliphe Araújo, destacou que a raposa não estava sozinha. Outros animais, como jabutis e pássaros, também foram soltos após serem tratados no Cetas. “Os animais passaram por um tratamento completo de saúde e foram treinados para que pudessem voltar ao seu habitat natural e ter uma vida longa”, explicou ele.
Resultados positivos da reabilitação
Desde o início do ano de 2025, o Centro de Triagem já resgatou e devolveu à natureza um total de 100 animais silvestres. A Semarh divulgou que o Cetas tem se destacado como uma referência no Nordeste, apresentando um índice de 70% de sucesso na reabilitação e soltura de animais silvestres. Este dado é significativo, uma vez que reflete os esforços contínuos para manter o bem-estar dos animais após o resgate e garantir que eles consigam se adaptar de volta ao ambiente selvagem.
Atualmente, parte dos 70 animais resgatados em uma operação recente, realizada no dia 16 de julho, também está em tratamento no Cetas. Essa operação, chamada de Canto Livre, foi realizada pela 2ª Companhia do Comando de Policiamento Ambiental e pelo Batalhão de Policiamento Ambiental, durante uma ação no povoado Gado Bravo, na zona rural de Cocal da Estação, a 266 km ao Norte de Teresina.
Diversidade na fauna resgatada
A operação resultou no resgate de diversos animais, incluindo um macaco-prego, um jabuti e 68 aves de diferentes espécies, como tucanos, papagaios, periquitos australianos, curicas, jandaias e calopsitas. Algumas aves que não apresentavam problemas de saúde já foram soltas, contribuindo ainda mais para a fauna local.
Essas ações de resgate e reintegração são essenciais para a conservação da biodiversidade no Brasil, onde muitas espécies enfrentam uma série de ameaças, incluindo a destruição de habitat e o tráfico ilegal de animais. O trabalho realizado pelo Cetas e pelas autoridades ambientais é um passo fundamental para garantir a proteção e o bem-estar dessas espécies.
Os esforços de reabilitação e a devolução de animais à natureza são celebrados como vitórias pelas organizações que lutam pelo meio ambiente. O compromisso com a preservação não apenas ajuda a manter o equilíbrio ecológico, mas também sensibiliza a população sobre a importância da proteção da fauna silvestre.
Conclusão
O retorno da raposa-do-campo ao seu habitat é um lembrete da importância da proteção e conservação da vida selvagem. Com as iniciativas contínuas do Cetas e o apoio da comunidade, é possível ampliar os esforços para resgatar, tratar e reintegrar animais que, de outra forma, estariam em risco. Assim, cada pequeno passo em direção à preservação é uma vitória para a biodiversidade e para a natureza.
