Brasil, 23 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

PIB do Brasil pode perder até R$ 175 bilhões com tarifa de 50% de Trump, aponta estudo

Investidores monitoram impacto de tarifas americanas e negociações globais, enquanto o dólar e o Ibovespa oscilam nesta quarta-feira (23)

O impacto de uma tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Brasil pode chegar a uma perda de até R$ 175 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira (23). Enquanto isso, as oscilações no mercado financeiro continuam diante das negociações internacionais e das incertezas com o governo americano.

Mercado financeiro reage às oscilações

Na manhã desta quarta, o dólar abriu em alta de 0,03%, cotado a R$ 5,5687 às 9h05, refletindo a volatilidade dos investidores em relação às negociações em andamento. Os mercados ainda avaliam o acordo recente entre Estados Unidos e Japão, enquanto aguardam sinais do Brasil sobre as possíveis retaliações de Trump, incluindo a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.

O índice Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, começará suas negociações às 10h, com atenção voltada às repercussões externas e às ações de empresas afetadas por possíveis tarifas e sanções.

Impactos das tarifas e negociações internacionais

Na véspera, o presidente norte-americano anunciou um acordo comercial com as Filipinas, que prevê uma tarifa reduzida de 10%, além de isenção para itens dos EUA. No entanto, a ameaça de uma tarifa de 20% a partir de 1º de agosto continua no radar, elevando a incerteza para o Brasil e outros países.

Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a imposição de uma tarifa de 50% pelos EUA poderia reduzir o PIB brasileiro em até R$ 175 bilhões, o equivalente a cerca de 7% do valor estimado para o período. Além do impacto econômico, a medida afetaria toda a cadeia de exportação e produção de bens brasileiros.

Resposta do governo brasileiro

O vice-presidente Geraldo Alckmin reúne-se nesta quarta com representantes do setor produtivo para discutir uma resposta às tarifas americanas. Ainda sem uma posição definitiva, o governo avalia medidas de retaliação e estratégias para mitigar os efeitos econômicos da política tarifária de Trump.

Liberação de recursos e cenário fiscal

Na véspera, os Ministérios da Fazenda e do Planejamento anunciaram a liberação de R$ 20,6 bilhões do orçamento de 2025, após atualização das estimativas de receita e despesa. A medida visa garantir o funcionamento de diversas políticas públicas e evitar um prejuízo maior às contas públicas.

Para o próximo ano, a previsão oficial aponta um déficit de R$ 74,9 bilhões, já considerando o abatimento de precatórios e a margem de tolerância do arcabouço fiscal. A expectativa é de que o governo consiga cumprir a meta fiscal, mesmo diante das incertezas externas.

Movimentações internacionais e cenário externo

Além das negociações com os EUA, o avanço em acordos com Japão e Filipinas trouxe otimismo às bolsas asiáticas, com destaque para o índice Nikkei, que fechou com alta de 3,5%, atingindo o maior patamar desde julho de 2024. A valorização das ações de empresas do setor automotivo, como a Toyota, também impulsionou o mercado.

Nos Estados Unidos, o secretário do Tesouro, Bessent, considerou desnecessária a saída imediata do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e criticou o alarmismo sobre tarifas por parte do banco central. Estas declarações reforçam a instabilidade na política monetária americana e seu impacto global.

O cenário atual evidencia a correlação entre as negociações comerciais globais, a política econômica dos EUA e os reflexos na economia brasileira, que ainda vive o desafio de equilibrar crescimento com as disputas internacionais em curso.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes