O veneno de serpentes é atualmente uma das substâncias mais valiosas do planeta, não apenas por sua raridade, mas também pelas suas múltiplas aplicações na medicina moderna. Em meio ao crescente interesse pelo manejo e extração desta substância, a discussão sobre a regulamentação, os aspectos éticos e as oportunidades de negócio se tornam cada vez mais relevantes.
A valorização do veneno de serpentes no mercado
Segundo o professor Marcos Francoti, pesquisador da Universidades Brasileiras, o mercado de veneno de serpentes tem apresentado um notável crescimento nos últimos anos. “Além de ser altamente valorizado, o veneno tem aplicações importantes na medicina, especialmente no desenvolvimento de fármacos para doenças cardiovasculares, câncer e distúrbios neurológicos”, afirma Francoti. Essa valorização está atrelada não só ao seu potencial terapêutico, mas também à crescente demanda internacional por produtos médicos que utilizam compostos derivados do veneno.
Regulamentação e a importância do manejo responsável
Para quem deseja atuar na área, é essencial estar ciente das leis e regulamentações pertinentes. A obtenção de autorização dos órgãos ambientais é obrigatória, assim como seguir rigorosos protocolos de segurança e bem-estar animal. A criação em cativeiro, também conhecida como serpentário, exige investimentos que podem ser acessíveis, desde que todas as normas legais sejam cumpridas.
O professor Francoti, com mais de 20 anos de experiência no setor, auxilia aqueles que buscam ingressar nesse mercado. Ele enfatiza a necessidade de contar com um responsável técnico, seja um biólogo ou um médico-veterinário, para garantir a segurança e a conformidade com as exigências legais. “O manejo e a extração do veneno são realizados exclusivamente por profissionais habilitados, evitando o contato direto do proprietário com os animais”, explica.
Potencial econômico e oportunidades de negócios
A estimativa é que o valor médio do veneno seco varie de acordo com a espécie, podendo chegar a impressionantes R$ 21 mil por grama no caso da cobra coral, R$ 8 mil para a surucucu e R$ 6 mil para a jararacussu. Para ilustrar, a produção de veneno de apenas dez exemplares de surucucu poderia gerar um faturamento médio mensal de R$ 40 mil, considerando uma produção de meio grama por animal ao mês.
Além disso, o investimento inicial para montar um serpentário destinado a dez serpentes, com uma baia de alvenaria que atenda às exigências legais, é em média de R$ 2.500. Contudo, a principal barreira para a entrada no setor ainda é a falta de informação e o desconhecimento das normas exigidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e pelas resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
Iniciativas para facilitar o acesso ao mercado
Para aqueles que desejam entender mais sobre o mercado de veneno de serpentes, o professor Marcos oferece um curso presencial e online. Esse curso proporciona aos alunos acesso a todos os documentos necessários, orientações técnicas e contatos de indústrias farmacêuticas que compram o veneno de forma legal. “Isso ajuda a desmistificar o processo e a fornecer as ferramentas necessárias para quem quer entrar no negócio”, destaca Francoti.
Mais informações sobre o curso, regulamentações e o mercado de veneno de serpentes podem ser obtidas pelo WhatsApp (15) 99636-1130 ou no site oficial da Universidades Brasileiras.
Esse mercado, além de ser uma oportunidade de negócio, também apresenta um desafio: o manejo ético e responsável das serpentes, promovendo a conservação das espécies. Assim, o potencial econômico deve andar lado a lado com a preservação ambiental, garantindo que essas práticas sejam sustentáveis a longo prazo.
O veneno de serpentes, portanto, representa não apenas uma valiosa commodity, mas também uma ponte entre a ciência, a medicina e a proteção do meio ambiente, um exemplo claro de como a inovação e a responsabilidade podem caminhar juntas em um mundo em constante evolução.
