Brasil, 23 de julho de 2025
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O crescimento dos clubes ativos neo-nazistas no Canadá

Clubes que promovem ideologias neo-nazistas e fascistas estão se espalhando pelo mundo, incluindo o Canadá.

Recentemente, um vídeo no Telegram chamou a atenção ao mostrar mais de uma dúzia de homens encapuzados e usando óculos escuros realizando uma manifestação em frente à prefeitura de Londres, Ontário. As manifestações, que clamavam “Deportações em massa já” e “Sem sangue por Israel”, evidenciam a ascensão de um movimento global perturbador: os clubes ativos neo-nazistas, que têm suas raízes nos Estados Unidos, estão se expandindo rapidamente além das fronteiras.

A história do extremismo em Londres, Ontário

Londres, uma cidade de porte considerável na região rust belt da província de Ontário, possui um longo histórico com grupos extremistas, incluindo a Ku Klux Klan, que datam desde a década de 1920. Recentemente, um crime de ódio horrendo, o assassinato de uma família paquistanesa-canadense, destacou os perigos do extremismo racial na área e alertou sobre a necessidade de vigilance. A recente aparição de um clube ativo na cidade, no entanto, marca uma nova fase dessa luta contra o extremismo.

Com a frase “Bem-vindo a Hamilton, nossa cidade”, um post recente no Telegram promovia um clube ativo que empregava símbolos neo-nazistas em seus materiais de propaganda. Esses clubes não são meras associações sociais; eles mesclam atividades físicas como artes marciais mistas com a propagação de ideologias fascistas e racistas.

O crescimento dos clubes ativos globalmente

As atividades desses clubes não estão confinadas ao Canadá. De acordo com uma pesquisa recente do Global Project Against Hate and Extremism (GPAHE), esses grupos têm se estabelecido em diversos países, incluindo Suécia, Austrália, Suíça, Reino Unido e, pela primeira vez, na América Latina, com capítulos em Chile e Colômbia. Agora, existem capítulos ativos em 27 países, com uma nova onda de “alas juvenis”, reminiscentes da Juventude Hitlerista, surgindo tanto nos EUA quanto no exterior.

Esses clubes proliferam a ideologia extrema e promovem um tipo de machismo agressivo, inspirado pelas práticas de supremacia branca, além de estarem intrinsecamente ligados a uma rede de recrutamento que procura preparar jovens para um conflito racial. “O modelo do Clube Ativo foi projetado por Rob Rundo”, comenta Heidi Beirich, fundadora do GPAHE, referindo-se a um neo-nazista americano que se declarou culpado por conspiração em 2024.

A influência de Rob Rundo e de figuras em ascensão

Rundo, que anteriormente liderava o Rise Above Movement, uma gangue neo-nazista participante do infame protesto Unite the Right em Charlottesville, agora prega a ideia de clubes ativos como centros de recrutamento e doutrinação para ideologias fascistas. Ainda que a influência direta de Rundo em novos capítulos seja questionada, a ideologia que ele representa segue sendo um motivador para os grupos neo-nazistas em diferentes partes do mundo.

Com sua ênfase em “autonomia e localismo”, muitos clubes ativos no Ocidente unem forças em uma luta global que é amplamente divulgada na plataforma Telegram, onde compartilham propaganda e se mobilizam em torno de suas crenças comuns. Um dos grupos que tem chamado atenção internet afora é o de Thomas Sewell, um violento neo-nazista australiano que promove clubes ativos em seu país.

A relação com outros grupos extremistas

Clubes ativos não operam isoladamente. Organizações mais tradicionalmente políticas, como o Patriot Front, um grupo de ódio proto-fascista americano, têm se vinculado abertamente ao movimento dos clubes ativos. Recentemente, seu líder, Thomas Rousseau, foi visto treinando em grupo em um estúdio de artes marciais, compartilhando suas experiências com os clubes ativos e promovendo a interconexão entre esses grupos através de práticas de treinamento em combate.

Esses desenvolvimentos sobre a relação dos clubes ativos com o Patriot Front refletem a crescente violência organizada que faz parte da ideologia da extrema direita, onde se ensina que o treinamento em artes marciais é crucial para uma futura guerra racial.

Em um mundo cada vez mais polarizado, as atividades dos clubes ativos e de suas redes associadas demandam uma resposta proativa das autoridades e da sociedade civil para garantir a proteção dos valores democráticos e dos direitos humanos.

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