Brasil, 25 de julho de 2025
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Mãe luta há 40 dias para repatriar corpo de filho assassinado no Chile

Ana Fernanda Batista enfrenta dificuldades para trazer de volta o corpo de Alleyxssonn, que foi morto em uma prisão chilena.

Ana Fernanda Batista, de 46 anos, está no meio de uma angustiante batalha para repatriar o corpo de seu filho, Alleyxssonn Migguell Batista Dias de Souza, desde 13 de junho, quando soube que o jovem, de 26 anos, foi assassinado em um presídio na cidade de Cauquenes, no Chile. A luta da mãe reflete a dor não apenas de perder um filho, mas também as dificuldades burocráticas e financeiras que enfrenta para trazer Alleyxssonn de volta ao Brasil.

Contexto do caso de Alleyxssonn

Alleyxssonn vivia no Chile há cerca de sete anos, onde trabalhava como assistente de marceneiro e serralheiro, enviando dinheiro para a família que reside em Cuiabá (MT). Sua morte ocorreu no dia 11 de junho, em decorrência de uma briga na cela. A policial foi informada por um amigo de Alleyxssonn, e, dias depois, o consulado brasileiro confirmou a trágica notícia.

  • Ana Fernanda Batista busca repatriar o corpo de Alleyxssonn, que foi esfaqueado durante uma briga na prisão.
  • A mãe não recebeu informações sobre a prisão do filho nem detalhes da investigação sobre a morte.
  • A repatriação do corpo é orçada em cerca de R$ 24 mil, um valor que ultrapassa a capacidade financeira da mãe, que está desempregada.
  • Em busca de ajuda, Ana procurou a Defensoria Pública da União (DPU), que acionou o Ministério das Relações Exteriores (MRE) a respeito do caso.
  • Um decreto presidencial foi alterado em 27 de junho, permitindo ao governo federal custear o traslado de corpos, mas o Itamaraty não respondeu dentro do prazo ao pedido da DPU.
  • Ana Fernanda se sente cada vez mais debilitada e sem esperanças, descrevendo a situação como um “breu infinito”.

“Já são mais de 40 dias. Eu não tenho vida. Eu tomo remédio controlado, remédio para dormir, remédio para acordar. Então, eu estou cada vez mais debilitada com essa situação, porque preciso dar um enterro digno para o meu filho”, afirma Ana Fernanda.

Desafios financeiros e busca por apoio

Além da dor pela perda, Ana enfrenta inúmeras dificuldades financeiras. Atualmente desempregada, ela faz salgados para sobreviver, mas isso não é suficiente para arcar com os custos da repatriação de Alleyxssonn, que foram orçados em R$ 24 mil pela funerária. Uma tentativa de arrecadação com uma “vaquinha” on-line não obteve sucesso e foi paralisada devido à falta de doações.

“Sou pobre, eu não tenho condição. Se eu pudesse, venderia a minha casa e iria buscar meu filho. Mas nem isso resolve, porque ninguém vende uma casa de uma hora para outra”, relata Ana, destacando a difícil situação em que se encontra.

Ações tomadas pela mãe

No dia 17 de junho, ela procurou a Defensoria Pública da União (DPU) em busca de ajuda, esperando que fosse possível obter assistência do governo federal. Foi solicitado apoio ao Ministério das Relações Exteriores, mas a resposta tardou a chegar. O novo decreto que permite o financiamento do traslado de corpos foi recebido como um sopro de esperança, mas até o momento, sem retorno do Itamaraty, a situação de Ana parece não ter solução.

Falta de respostas do Itamaraty

O caso de Alleyxssonn chegou às mãos do MRE, que, no entanto, não forneceu informações satisfatórias. O consulado brasileiro em Santiago justificou a falta de retorno, alegando que não divulga informações pessoais de cidadãos que requisitam serviços consulares.

A DPU confirma que está em contato com Ana e reitera que continua buscando auxílio no suporte jurídico e no translado do corpo de Alleyxssonn ao Brasil. A falta de respostas efetivas e a ausência de informações claras sobre os detalhes da morte e da investigação têm gerado desespero na mãe.

O sentimento de Ana

“Você está em um poço tão fundo e alguém chega lá e acende uma luz. Eu me agarrei a esse decreto, e agora, parece que acenderam a luz e a apagaram de novo. É muito triste não poder contar com ninguém, cada dia tem sido um breu infinito”, expressa Ana, que vive a angustiante expectativa de trazer seu filho de volta.

A situação de Ana e de Alleyxssonn traz à luz não apenas os desafios pessoais enfrentados pela família, mas também as dificuldades enfrentadas por muitos brasileiros no exterior e a necessidade de suporte mais eficaz das autoridades em situações de crise.

O Metrópoles continua acompanhando este caso trágico e espera que as autoridades brasileiras possam atender a demanda de Ana Fernanda, permitindo que ela dê um fim digno à memória de seu filho perdido.

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