A Igreja Católica no México fez um apelo à sociedade e às autoridades latino-americanas para que preservem a família, destacando que “proteger a família é proteger o futuro de nossa sociedade”.
Transformações demográficas e impacto social
Em editorial recente publicado na revista semanal Desde la Fe, a Arquidiocese de Cidade do México destacou que a região enfrenta uma “profunda e silenciosa transformação demográfica, acelerada e cujas consequências já impactam o tecido social”.
Baseado no estudo “Mudanças nas Estruturas Demográficas”, elaborado pela Rede de Institutos Universitários da América Latina sobre a Família, o documento analisa novas formas de organização familiar na região.
Dados revelam declínio de indicadores tradicionais
Segundo o editorial, as conclusões do relatório indicam que “as taxas de natalidade caem continuamente, os casamentos diminuem, os divórcios aumentam, os lares unipessoais se multiplicam e uma população envelhecida deixou de ser uma ameaça distante e se tornou uma realidade concreta”.
Diante desse cenário, a Arquidiocese chamou a atenção para que a questão não seja vista apenas como números, mas como uma transformação que “afeta profundamente a vida cotidiana, as relações humanas e os fundamentos da convivência”.
A importância da família como base da sociedade
“A família, considerada como o núcleo primordial da sociedade, é a grande protagonista — e também a maior vítima — dessa transição. Quando os vínculos se enfraquecem, a solidão aumenta e o envelhecimento não é acompanhado por estruturas de apoio e afeto, o resultado é uma sociedade mais fragmentada, vulnerável e menos resistente”, afirmou a publicação.
A Arquidiocese também destacou que os dados mostram uma região onde “o envelhecimento ocorre sem uma compensação geracional suficiente e com vínculos familiares cada vez mais frágeis”, alertando que “o número de óbitos já supera o de nascimentos”.
Compromisso com políticas públicas de preservação familiar
A nota episcopal ressaltou que “sem estruturas familiares fortes — fundamentadas no amor, compromisso, responsabilidade compartilhada e cuidado mútuo — toda a sociedade se deteriora”. Destacou a necessidade de que as políticas públicas deem prioridade à família, promovendo iniciativas que valorizem a vida, apoiem a maternidade e paternidade responsáveis, protejam os idosos sem isolá-los e incentivem a reconciliação familiar.
Entre as propostas, estão ações que reforcem “a prevenção da pobreza, a saúde mental, a educação integral e a inclusão digital, sempre a partir do núcleo familiar, que deve nutrir esses elementos”.
Demografia como um chamado para a ação
Ao reforçar que a transição demográfica não é apenas um desafio técnico, a Arquidiocese afirmou que ela constitui um “convite a cuidar da família como uma visão de futuro”. Segundo a publicação, “hoje mais do que nunca, proteger a família significa proteger o futuro de nossa sociedade”.
A Igreja manifestou que as próximas semanas deverão trazer orientações e políticas específicas para atender a essa urgente necessidade de fortalecimento familiar na região.
Fonte: ACI Prensa