Brasil, 25 de julho de 2025
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IDF admite erro acidental em ataque à Igreja da Sagrada Família em Gaza

Força de Defesa de Israel reconhece que golpe em igreja foi resultado de desvio não intencional de munições, causando três mortes e ferimentos

A Força de Defesa de Israel (IDF) anunciou nesta quarta-feira (23) que o ataque à Igreja da Sagrada Família em Gaza, ocorrido no dia 17 de julho, foi causado por um desvio involuntário de munições durante uma operação militar na região. O incidente resultou na morte de três civis e na injured vários, incluindo o padre Gabriel Romanelli.

Reconhecimento oficial e detalhes do incidente

De acordo com o comandante do setor sul da IDF, Nadav Shoshani, a investigação revelou que a igreja foi atingida “devido a uma desvio não intencional de munições”. A declaração afirma ainda que o impacto causou danos à estrutura e feriu vários civis em Gaza, mas não especificou as fatalidades. O ataque havia sido inicialmente atribuído a fogo israelense por oficiais locais.

Reações internacionais e debates sobre operações militares

O Patriarcado Latino de Jerusalém comentou que soube dos resultados da investigação por meio de reportagens na mídia e destacou os riscos de operações militares próximas a sites religiosos e civis. Em nota, a instituição ressaltou a importância de respeitar os princípios do direito internacional humanitário, especialmente em zonas de conflito.

Por outro lado, o IDF afirmou que suas ações visam exclusivamente alvos militares e que há esforço contínuo para minimizar os danos civis, incluindo a proteção de locais religiosos. A força israelense também declarou que facilitou a entrada de ajuda humanitária na igreja, embora o Patriarcado tenha informado que, até o momento, a entrega de suprimentos ainda não ocorreu.

Impacto e tensões na região

O bombardeio atentou ainda mais as tensões na região, que já vive um período de crise prolongada decorrente do conflito iniciado em outubro de 2023, quando Hamas invadiu Israel. A invasão gerou uma guerra de proporções devastadoras e deixou milhares de mortos.

A Igreja da Sagrada Família em Gaza, conhecida por ser a única parroquia católica na faixa de Gaza, tem tido um papel fundamental na assistência a civis durante o conflito. Ela serve de abrigo para mais de 600 pessoas, incluindo fiéis de várias denominações religiosas e muçulmanos, além de oferecer ajuda humanitária e psicológica às comunidades afetadas.

Papa Francisco frequentemente mantinha contato com a paróquia, demonstrando seu apoio à região e aos fiéis diante da violência. Recentemente, o Papa também fez chamadas regulares, chamando a atenção para a necessidade de diálogo e paz.

Controvérsias e próximos passos

Apesar do reconhecimento do erro por parte da IDF, o Patriarcado advertiu que a investigação reforça os perigos de operações militares próximas a locais sensíveis. Além disso, Cardeal Pierbattista Pizzaballa, líder do Patriarcado, expressou ceticismo quanto à versão oficial israelense, sugerindo em entrevista que o ataque poderia ter sido intencional, uma declaração que aumentou ainda mais a tensão na região.

Segundo a força israelense, o objetivo é garantir a segurança, mas o episódio evidencia os riscos de danos colaterais em áreas de conflito, especialmente envolvendo infraestruturas civis e religiosas. O IDF afirmou que continuará a trabalhar na entrega de ajuda humanitária à igreja e às comunidades de Gaza, enquanto investiga as ações no terreno.

A comunidade internacional acompanha com preocupação os desdobramentos, reforçando a necessidade de respeito às leis de guerra e à proteção de civis e locais de culto. Os próximos dias serão decisivos para determinar o impacto político e humanitário do incidente na região.

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