Enquanto a Bolsa de Nova York atingiu recordes com o anúncio do acordo comercial entre os Estados Unidos e o Japão, as principais fabricantes de automóveis americanas criticaram o entendimento nesta quarta-feira (23). O pacto reduz tarifas para veículos japoneses, mas assuntos como conteúdo local continuam gerando descontentamento entre os grupos de Detroit.
Tarifa menor para importados japoneses preocupa setor automotivo dos EUA
O acordo estabeleceu uma tarifa de 15% para veículos japoneses, valor menor que os 25% aplicados anteriormente. Para o setor, que gera 8% dos empregos nos Estados Unidos, a mudança foi considerada insatisfatória. Segundo Matt Blunt, diretor do Conselho de Política Automotiva dos EUA, o entendimento representa um “mau acordo”, pois privilegia importações sem conteúdo americano, prejudicando a indústria local.
O país asiático, importante investidor estrangeiro nos Estados Unidos, vinha sujeitando veículos a tarifas de até 25%. A redução para 15% chama atenção, mas para os críticos, não é suficiente para proteger a cadeia de produção americana, especialmente considerando que setores como o de automóveis têm tarifas de 25% em suas importações de países como a Coreia do Sul e a Alemanha.
Repercussões entre os fabricantes e o impacto no comércio
O setor automotivo, que responde por grande parte do emprego industrial nos EUA, agora aguarda revisão detalhada dos termos do acordo. Blunt aponta que qualquer entendimento que privilegie veículos com conteúdo estrangeiro e tarifa mais baixa do que veículos produzidos na América do Norte, com maior participação do mercado interno, não é favorável.
Apesar do clima de otimismo no mercado financeiro, a reação das indústrias americanas revela resistência às mudanças. Líderes da General Motors, Ford e Stellantis continuam preocupados com a manutenção de acordos comerciais que preservem a produção local, especialmente diante das negociações em curso com outros países, como Coreia do Sul e Alemanha, que também enfrentam altas tarifas de 25%.
Outros desdobramentos das negociações comerciais
Os Estados Unidos também negociam com a União Europeia, onde fontes apontam que um acordo de 15% de tarifa está próximo. Além disso, há expectativa de que as negociações com Coreia do Sul revelem novos ajustes, já que as fabricantes esperam tarifas mais baixas para exportar veículos de países como a Coreia do Sul, onde Hyundai e Kia exportam diversos modelos para o mercado americano.
Executivos da GM já indicaram que novas reduções tarifárias estão na pauta das próximas conversas comerciais. A disputa revela um cenário de intensas negociações que envolvem interesses econômicos e políticos de peso para União, Estados Unidos e setores industriais.
Mais detalhes do entendimento entre Washington e Tóquio ainda serão avaliados pelos fabricantes de automóveis americanos, que continuam atentos às futuras mudanças nas políticas comerciais internacionais.
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