Brasil, 25 de julho de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Governo prepara plano de contingência para setores afetados por tarifas dos EUA

Medidas serão apresentadas ao presidente Lula na próxima semana, após avaliação de ministros envolvidos pelo impacto das tarifas de 50%

As áreas técnicas do Ministério da Economia, Relações Exteriores e Desenvolvimento estão finalizando um plano de contingência para socorrer setores da economia brasileiros impactados pelas tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (23) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Avaliação e encaminhamento do plano de contingência

Segundo Haddad, as medidas serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana, após detalhamento dos técnicos dos três ministérios envolvidos. Ele afirmou que, até o momento, não há detalhes específicos sobre as ações ainda em elaboração, que passarão por avaliação e ajustes finais antes de serem enviadas para o chefe do Executivo.

O plano foi elaborado com base nas linhas orientadoras do próprio Haddad e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e precisa também passar pelo aval dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Rui Costa (Casa Civil).

Dificuldades nas negociações com os Estados Unidos

Haddad reiterou que a prioridade do governo é a negociação com Washington, mas admitiu dificuldades nesse processo. A Casa Branca tem dificultado qualquer debate oficial sobre o tema.

“Estamos conversando com a equipe técnica da Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos, mas sem contato direto com o secretário Scott Bessent”, explicou o ministro. Enquanto isso, Alckmin tem mantido diálogo com alguns secretários americanos, mas sem respostas concretas da Casa Branca.

“O Brasil tem razão em querer sentar à mesa, mas o tema está muito concentrado na assessoria da Casa Branca, o que dificulta entender qual será o movimento dos EUA”, destacou Haddad.

Perspectivas de negociações e experiências internacionais

Apesar das dificuldades, o ministro apontou que o Brasil ainda busca espaço para negociações, inspirando-se em acordos recentes com países como Vietnã, Japão, Indonésia e Filipinas. Haddad também citou avanços nas tratar com a União Europeia e sinais positivos que podem estimular o diálogo com os Estados Unidos.

“Nos últimos dias, houve boas surpresas em relação a outros países. Podemos chegar a 1º de agosto com algum aceno de aproximação ou acordo, mas para isso é preciso que as duas partes estejam dispostas a dialogar”, acrescentou Haddad. Ele reforçou que o Brasil nunca saiu da mesa de negociações, mesmo diante das dificuldades.

Iniciativa de governadores e impacto das medidas locais

Haddad elogiou a iniciativa de governos estaduais que se dispuseram a ajudar setores afetados pelas tarifas, como a linha de crédito de R$ 200 milhões anunciada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. No entanto, ele avaliou que essas ações têm impacto restrito diante do volume de exportações brasileiras, que alcançam cerca de US$ 40 bilhões.

“Toda ajuda é bem-vinda, mas as ações locais não têm alcance suficiente para mitigar o impacto”, afirmou Haddad. Ele ressaltou a importância de a mobilização dos governadores refletir uma mudança de postura, deixando de apoiar a agressão tarifária dos EUA ao Brasil.

“É positivo que percebam ser um problema que afeta o país como um todo, e que passem a defender a posição brasileira na mesa de negociações”, concluiu.

Para mais informações, acesse o site da Agência Brasil.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes