Brasil, 23 de julho de 2025
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Gaza-ification da Cisjordânia: aumento da violência e radicalização

O aumento da violência na Cisjordânia revela uma escalada preocupante, com ações extremistas e políticas que alimentam o conflito na região

Enquanto o foco global está na Gaza e nos desdobramentos da guerra de Israel contra múltiplos frontes, o aumento da violência na Cisjordânia passa despercebido. Recentemente, incidentes como o assassinato de Saif Musallet, um cidadão americano, por colonos israelenses, evidenciam um cenário cada vez mais instável, impulsionado por fatores políticos e sociais que alimentam a radicalização.

Ascensão de extremistas e apoio governamental na Cisjordânia

Desde o início de 2025, a situação na Cisjordânia tem se agravado com o fortalecimento de grupos extremistas. Líderes políticos com posições radicais têm atuado na promoção de uma agenda de expansão dos assentamentos, repressão de moradores palestinos e enfraquecimento da Autoridade Palestina, criando um ambiente propício à violência.

Itamar Ben Gvir, atual chefe da polícia nacional, é um dos principais parceiros nessa escalada. Como declarado supremacista judeu, ele facilitou o acesso às armas por colonos e implementou uma política de tolerância a atos de terrorismo por parte de grupos de colonos armados. Já Bezalel Smotrich, ministro das Finanças e Defesa, trabalha para expandir os assentamentos e pressionar os palestinos a emigrar, além de tentar minar economicamente a Autoridade Palestina.

Consequências na dinâmica de segurança

O impacto das ações dessas lideranças se manifesta na escalada dos ataques armados por colonos nas vilas palestinas, cujo número dobrou nos seis primeiros meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, a estrutura de comando do Exército Israelense está bastante sobrecarregada, o que tem reduzido a capacidade de confrontar esses grupos extremistas, favorecendo uma situação de impunidade.

Recentemente, o ministro da Defesa Israel Katz causou mais tensões ao suspender o uso de detenções administrativas contra colonos suspeitos de terrorismo, uma ferramenta considerada essencial para conter a violência na região. “A política de tolerância permite que os extremistas se organizem e atuem impunemente”, afirmou um analista especializado em segurança do Oriente Médio.

A radicalização de jovens palestinos

Outro fator preocupante é a crescente radicalização entre os jovens palestinos, alimentada pela calendarização de ações de colonos e uma sensação de insegurança que amplifica as tensões. Muitos estão recorrendo à violência como forma de resistência contra o aumento das expulsões e demolições de casas por parte das forças israelenses na Cisjordânia.

A combinação de políticas governamentais, permissividade das forças de segurança e o apoio explícito a colonos armados cria um cenário semelhante à Gaza, onde a violência se tornou uma rotina diária, alimentando uma espiral de conflito que assombra toda a região.

Perspectivas e desafios futuros

Especialistas alertam que a situação na Cisjordânia pode evoluir para uma escalada semelhante à de Gaza, se não houver uma mudança de políticas e uma maior atenção internacional ao conflito. A ascensão de um ambiente cada vez mais radicalizado e violento torna urgente a busca por soluções diplomáticas que possam evitar uma etapa ainda mais perigosa na região.

Segundo estudos do Israel Policy Forum, é fundamental que a comunidade internacional pressione por medidas que promovam a contenção da violência e o respeito aos direitos civis palestinos, prevenindo um agravamento que possa afetar toda a estabilidade do Oriente Médio.

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