Brasil, 23 de julho de 2025
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Founders Films: nova produtora busca reverter a cultura de Hollywood

A Founders Films, apoiada por figuras ligadas à Palantir, prevê uma mudança na produção cinematográfica dos EUA com foco em patriotismo.

Uma onda de reações políticas conservadoras está varrendo a mídia nos Estados Unidos, e agora alguns estão de olho no maior prêmio: Hollywood. O objetivo de mudar a inclinação liberal dos estúdios e da cultura criativa que molda a imagem da América tem sido uma meta há muito desejada pela direita. O falecido empreendedor de mídia Andrew Breitbart popularizou a ideia de que a política é “descendente” da cultura, e seguidores como Steve Bannon e Ben Shapiro tentaram, com sucesso limitado, injetar suas políticas na indústria do cinema.

O sucesso limitado e o apoio conservador

Apesar das dificuldades, os conservadores celebraram alguns sucessos de bilheteira mainstream, como o patriótico Top Gun: Maverick e a nostálgica Yellowstone, que reflete um espírito libertário. Além disso, uma indústria cultural cristã estabelecida apoiou projetos como o filme Sound of Freedom, de 2023, que dramatiza o tráfico de crianças e arrecadou mais de 242 milhões de dólares. Outra produção cristã, The Forge, obteve 30 milhões de dólares em bilheteira a partir de um orçamento de apenas 6 milhões no ano passado.

Agora, um grupo de figuras proeminentes ligadas à Palantir, uma empresa de software, está anunciando um novo projeto que visa transformar o streaming e o cinema, com um portfólio que abrange desde filmes sobre ousadas operações militares israelenses e americanas até uma adaptação de uma obra de Ayn Rand.

Um novo projeto que promete agitar o setor

Em um documento de apresentação circulado entre investidores nos últimos meses, Shyam Sankar, diretor de tecnologia da Palantir, e seus colegas Ryan Podolsky e Christian Garrett estão levantando fundos para a Founders Films, uma nova produtora com sede em Dallas. A empresa tem como objetivo promover filmes com uma tendência nacionalista e mensagens políticas sutis. O documento afirmava: “Dizer sim para projetos sobre o excepcionalismo americano, nomear os inimigos da América, apoiar artistas incondicionalmente e arriscar-se em IPs novos”.

“A marca americana está quebrada. Hollywood está ausente. Os filmes tornaram-se mais ideológicos, mais cautelosos e menos divertidos. Grandes segmentos de espectadores americanos e internacionais estão desatendidos. Os custos de produção dispararam e as vendas estão em queda”, afirmam os fundadores em seu documento, que é rotulado como confidencial. A Founders Films busca ser um estúdio de produção que também co-financiará projetos e se envolverá em parcerias de marca.

Um olhar sobre os projetos propostos

Entre os projetos propostos pela Founders estão 102 Minutes, um filme sobre a evacuação do World Trade Center no dia 11 de setembro, e uma adaptação em três partes de Atlas Shrugged. A companhia também pretende produzir um filme que retrate a morte de Qasem Soleimani.

Em uma proposta que destaca a bomba do afeganistão, Operation: Pineapple Express retrata a “retirada desastrosa do Afeganistão”. A série The Greatest Game será um thriller global que expõe os planos da China para substituir os Estados Unidos como a principal potência mundial. A narrativa será desenvolvida mostrando as operações da China em diversos locais, desde o Quênia até o deserto de Atacama no Chile.

Screenshot from Founders Films deck
Captura de tela do deck da Founders Films

A proposta também inclui Roaring Lion, um filme sobre um ataque recente ao Irã, que retrata Israel “lutando pela não proliferação nuclear e exercendo seu direito de defesa própria contra um regime insano”. Um filme intitulado When the Towers Fall será, por sua vez, sobre uma operação israelense de 2024 contra o Hezbollah.

Desafios e potenciais

Embora muito do conteúdo proposto tenha uma inclinação militar, a empresa também pretende produzir documentários sem roteiro sobre figuras influentes como Elon Musk e o fundador do Oculus, Palmer Luckey. Caso a Founders Films consiga alcançar seus objetivos de financiamento, ela poderá se tornar um jogador significativo entre as empresas de mídia conservadora, como a Daily Wire, que também se aventuraram nos negócios de filmes e TV, visando ao público conservador e desafiando a dominância cultural de Hollywood.

“É ótimo que novos players estejam chegindo ao espaço, e estou quase certo de que trabalharemos com eles,” disse Dallas Sonnier, ex-gerente de talentos de Hollywood, cuja produtora já produziu shows e filmes para a Daily Wire. O portfólio de Sonnier inclui obras como Am I Racist?, um mockumentary que foi exibido em 1.500 cinemas e arrecadou 12 milhões de dólares.

Com uma visão ambiciosa e um forte apoio de investidores, a Founders Films promete trazer uma nova perspectiva à produção cinematográfica americana, colocando a cultura e a política em debates mais acentuados.

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