Em meio a pressões de aliados e a críticas nas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) decidiu interromper suas férias em Portugal e desembarcou em Brasília na tarde desta quarta-feira. A decisão vem em um momento delicado para a família Bolsonaro, com o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentando medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A pressão sobre Flávio Bolsonaro
A previsão inicial era que Flávio permanecesse na Europa até o dia 1º de agosto, aproveitando o recesso parlamentar e as férias escolares com sua família. Contudo, sua ausência durante a nova ofensiva judicial contra seu pai gerou incômodos entre seus apoiadores e entre os interlocutores do núcleo político familiar. A pressão aumentou nos últimos dias, levando o senador a reavaliar suas prioridades e retornar ao Brasil.
Medidas cautelares e o cenário familiar
Segundo fontes próximas, o ex-presidente Jair Bolsonaro já foi informado sobre a decisão de Flávio de antecipar seu retorno. Essa mudança de planos ocorre em um contexto em que o ministro Alexandre de Moraes está analisando a defesa apresentada por Bolsonaro, que alega não ter descumprido as medidas cautelares impostas pelo STF. O ex-presidente está proibido de ter contato com outros investigados, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro, além de ser impedido de usar redes sociais, mesmo que de forma indireta. Estão determinadas ainda medidas como recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana, e, na semana passada, Bolsonaro passou a usar uma tornozeleira eletrônica.
O papel de Flávio na estratégia política
Com uma boa articulação entre a base bolsonarista no Congresso e a cúpula partidária, Flávio Bolsonaro é visto como uma peça-chave para a família neste período de crise. Espera-se que ele assuma um papel de porta-voz do pai e ajude a estruturar uma estratégia para dialogar com líderes do Centrão e os advogados da família. Sua capacidade de mediação será fundamental para articular soluções e manter a unidade entre os apoiadores.
A resposta pública de Flávio
Após a determinação das medidas cautelares, Flávio sentiu a necessidade de se manifestar publicamente sobre sua viagem. Em uma postagem no X (anteriormente Twitter), ele defendeu sua posição, afirmando que a viagem era programada desde o ano passado e relacionada ao recesso parlamentar, além de mencionar sua comunicação diária com o pai e aliados. Para ele, a rápida propagação de informações falsas contra os Bolsonaro é um desafio constante.
Um apoiador bolsonarista, Allan dos Santos, que está foragido da Justiça brasileira, também comentou sobre a situação, sugerindo que a permanência de Flávio em Portugal enquanto seu pai enfrenta uma crise judicial era uma questão complicada. Em meio a essa turbulência, parlamentares de oposição, como o deputado federal André Janones (Avante-MG), não perderam a oportunidade de criticar a viagem, insinuando que Flávio saiu do país em fuga após a situação do pai. Janones afirmou: “Depois do papai vagabundo botar a tornozeleira ele entrou em DESESPERO e foi para Lisboa na tentativa de escapar da justiça”.
Conclusão: um retorno sob pressão
Flávio Bolsonaro retorna ao Brasil em um cenário repleto de tensões e desafios, precisando alinhar estratégias e fortalecer as relações com os aliados em um momento decisivo para a família. O desenrolar dos acontecimentos nos próximos dias será crucial para entender o impacto dessa situação tanto na carreira política de Flávio quanto na trajetória de Jair Bolsonaro. O senador fará um esforço para não apenas esclarecer sua posição, mas também para se mostrar como um líder firme no meio da adversidade que sua família enfrenta atualmente.
