O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) utilizou a ironia para responder, nesta quarta-feira (23/7), aos comentários feitos pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Durante uma entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, Zema afirmou que Bolsonaro havia criado um “problema” para a direita ao promover sanções contra autoridades brasileiras junto ao governo dos Estados Unidos.
A resposta de Eduardo Bolsonaro
Em sua resposta, Eduardo Bolsonaro classificou Zema como parte da “turminha da elite financeira”. A declaração do governador mineiro fez referência à atuação de Eduardo em pleitear sanções junto ao presidente dos EUA, Donald Trump, e como isso teria prejudicado a imagem da direita brasileira. Bolsonaro não hesitou em se defendeu de forma sarcástica, lembrando também das ações governamentais relacionadas aos eventos ocorridos em 8 de janeiro, quando manifestantes invadiram prédios públicos em busca de intervenção militar.
“Deve ter sido eu quem mandou prender velhinhas de 70 anos pelo resto da vida na prisão. Deve ter sido eu quem mandou prender parlamentar por uma década, por um mero vídeo na internet”, afirmou o deputado em sua resposta nas redes sociais, aludindo às ações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre aqueles atos.
O que está acontecendo?
Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta atualmente uma investigação da Polícia Federal em relação à sua atuação nos Estados Unidos. O inquérito, que tramita no STF, resultou na apreensão de seu celular e sua obrigação de usar tornozeleira eletrônica. Ele não pode deixar Brasília e deve permanecer em casa todas as noites, além de estar impedido de usar as redes sociais.
Investigação a caminho de Eduardo Bolsonaro
No despacho do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, foram listados os crimes pelos quais tanto Eduardo quanto seu pai estão sob investigação. As acusações incluem coação no curso do processo, obstrução de investigação penal que envolve organização criminosa, e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O documento destaca que Eduardo Bolsonaro é investigado por buscar publicamente a imposição de sanções por parte do governo dos EUA contra membros do STF, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal (PF), justificando como uma ação de perseguição política.
Eduardo ainda salientou que, “enquanto são as pessoas simples e comuns as vítimas da tirania, não há problema, mas mexeu na sua turminha da elite financeira, daí temos o apocalipse para resolver”.
O contexto das prisões e suas consequências
O deputado referiu-se, ainda, à série de prisões ocorridas após a invasão de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes protestaram contra os resultados das eleições, realizando um grande ato nos prédios públicos em Brasília. O STF já condenou mais de 200 pessoas pelo envolvimento nesses atos, acusando-as de associação criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, entre outros delitos.
O clima de tensão entre as figuras da direita no Brasil parece intensificar-se, à medida que as disputas pelo espaço político se acentuam. Resta saber o quanto essa situação irá influenciar a atuação de Eduardo Bolsonaro e seus desdobramentos na política nacional.
Enquanto isso, Romeu Zema se posiciona como pré-candidato à presidência em meio a este cenário conturbado, visando conquistar a confiança de uma base que, por sua vez, está sendo cada vez mais desafiada por divisões internas e críticas mútuias, como a entre ele e Eduardo Bolsonaro.
O desenrolar dessa contenda política poderá impactar as próximas eleições e a dinâmica da direita brasileira, revelando fissuras que até o momento não eram amplamente discutidas.