Brasil, 25 de julho de 2025
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Dólar recua na sessão e cenário de alta ainda é delineado

A valorização do dólar no Brasil, impulsionada por fatores externos, é limitada pela política global e pode desacelerar com a sobretaxa dos EUA

Entre 30 de dezembro de 2024, último dia útil do ano passado, e a última terça-feira, o real acumulou uma valorização de 9,9% frente ao dólar, refletindo principalmente fatores externos, segundo o economista Livio Ribeiro, sócio da BRCG e pesquisador do FGV Ibre. Na quarta-feira, a moeda americana recuou 0,80%, fechando a R$ 5,52, indicando uma tendência de enfraquecimento do câmbio oficial.

Impacto da sobretaxa americana na cotação do dólar

Apesar da recente queda, há preocupações com possíveis efeitos negativos da sobretaxa de 50% sobre exportações brasileiras a partir de 1º de agosto, uma medida adotada pelos Estados Unidos. Segundo Ribeiro, essa tarifa pode gerar uma alta do dólar no Brasil, revertendo a trajetória de queda do IPCA, embora ele acredite que o impacto seja limitado no curto prazo.

Risco de reversão da desvalorização do real

O economista explica que, como a maior parte da desvalorização do dólar é resultado de movimentos globais, seria necessária uma mudança radical na conjuntura local para ocorrer uma reversão significativa na cotação. “Precisa acontecer uma reviravolta muito forte para que o cenário deixe de ser benigno”, afirma Ribeiro. Ele destaca que, ao já precificar uma tarifa de 50%, a expectativa não é de uma mudança brusca, mas sim de efeitos pontuais, como aumento da oferta de produtos agrícolas no mercado interno devido à interrupção de vendas para os EUA, o que pode reduzir preços e desacelerar a inflação.

Entretanto, Ribeiro alerta que esse movimento deve ser temporário e insuficiente para alterar a inflação dentro da meta de 4,5% ou facilitar cortes de juros. Os exportadores terão de buscar novos mercados ou redimensionar sua produção caso o redirecionamento para outros países seja inviável, o que pode frear a necessidade de ajuste cambial mais agressivo.

Consequências para a inflação e o cenário fiscal

O especialista ressalta ainda que, por enquanto, o efeito do tarifaço deve ser de desinflação. A projeção atual para o IPCA está acima da média do mercado, em 5,40%, mas com um viés de baixa. Quanto à meta fiscal de superávit para 2026, o governo garante sua manutenção, como destacou Dario Durigan, sem mudanças na política de gastos.

Ribeiro também sugere que, na prática, não há uma reposta de preços em ondas de alta ou baixa bruscas, sendo necessário uma mudança estrutural de patamar na cotação do dólar. “Mesmo com a valorização do real, a cotação média de 2024 ainda está mais elevada, em torno de R$ 5,73, e as estimativas para o final do ano indicam entre R$ 5,50 e R$ 5,60”, explica.

Perspectivas e estratégias do mercado

Segundo o economista, as análises de dólar devem focar nos pontos de tendência, evitando extremos. Caso a tarifa de 50% seja elevada para 100%, será necessário recalcular as projeções, mas, por ora, a previsão de câmbio permanece nessa faixa. A desvalorização do dólar, portanto, deve seguir conectada ao mercado global, com estímulos pontuais e uma resposta mais moderada às ações dos Estados Unidos.

Para o futuro, Ribeiro acredita que o cenário permanece de câmbio relativamente comportado, mesmo diante do tarifão. A média do dólar deve oscilar entre R$ 5,50 e R$ 5,60 até o fim de 2025, mantendo a perspectiva de estabilidade relativa na cotação, a não ser que ocorram mudanças suddenly no panorama internacional ou na política econômica brasileira.

Para mais detalhes, consulte a fonte original.

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