No último dia 21 de julho de 2025, a China se defendeu de alegações de que estaria errando ao implementar uma política de “proibição de saída”, que impede a saída de numerosos cidadãos americanos, incluindo pelo menos um funcionário do governo dos EUA. A medida chama a atenção para a crescente tensão nas relações entre as duas potências.
Casos de cidadãos americanas barrados
Recentemente, surgiram relatos de um funcionário do Departamento de Comércio dos EUA que foi impedido de retornar ao seu país desde que seus documentos, incluindo passaporte e aparelhos eletrônicos, foram confiscados em 14 de abril. O passaporte foi devolvido uma semana depois, mas com a condição de que ele não poderia deixar a China.

Placa do Departamento de Comércio exposta no edifício Herbert C. Hoover Federal Building em Washington, D.C. (Kevin Carter/Getty Images)
Ainda não se sabe a identidade do funcionário, que viajava à China em uma capacidade pessoal. Uma porta-voz do Departamento de Estado dos EUA confirmou que o indivíduo pertence ao Escritório de Patentes e Marcas Registradas e estava em viagem pessoal.
Reação da China e preocupações do governo dos EUA
Embora não esteja claro quantos outros oficiais do governo dos EUA enfrentam a mesma situação, um porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, afirmou em coletiva de imprensa que não possui mais detalhes. Segundo ele, “a China preserva o Estado de Direito e lida com os assuntos de entrada e saída de acordo com a lei”.
Em resposta, o Departamento de Estado dos EUA mencionou que a China impõe, há vários anos, proibições de saída a cidadãos americanos e estrangeiros, frequentemente sem um processo claro e transparente de resolução. A situação é acompanhada de perto, e o governo americano expressou suas preocupações junto às autoridades chinesas, clamando pela volta imediata dos cidadãos impactados.
Aviso de viagem e contexto geral
Em novembro de 2024, o Departamento de Estado dos EUA emitiu um alerta de viagem de nível 2 para cidadãos americanos que planejam visitar a China, recomendando que “exerçam cautela aumentada” devido à “aplicação arbitrária das leis locais, incluindo as proibições de saída”.
Um porta-voz da Embaixada da China em Washington, D.C., afirmou estar “sem conhecimento” dos detalhes do caso, mas reiterou que a China recebe sempre cidadãos estrangeiros, incluindo os dos EUA, garantindo sua segurança e direitos legítimos de acordo com a lei, incluindo a liberdade de entrada e saída.
Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos consagre o “direito à liberdade de movimentação”, o que inclui “o direito de deixar qualquer país”, inclusive o próprio, e retornar ao seu país, esse direito não é absoluto. Os países podem restringir a saída de indivíduos em determinadas condições, como preocupações de segurança nacional.
Motivos para as proibições de saída
Os motivos concretos para a proibição de saída do funcionário do Departamento de Comércio são desconhecidos, mas alegações indicam que ele foi interrogado por autoridades de inteligência chinesas sobre seu serviço militar anterior. Observa-se que pelo menos outros “dozens” de americanos também enfrentam restrições, com destaque para Chenyue Mao, diretora de um banco, que foi barrada devido a ligações com uma investigação criminal.

Guo Jiakun, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, conversando com jornalistas em Pequim. (Johannes Neudecker/picture alliance via Getty Images)
A situação é preocupante para muitos, levando a empresas como o Wells Fargo a suspender todo o trânsito a partir da China. A proibição de saída se torna cada vez mais comum em um contexto de intensa vigilância e controles aos cidadãos estrangeiros.
Em suma, o episódio destaca as complexidades e tensões nas relações EUA-China, um tema que certamente continuará a gerar debates e preocupações no âmbito da política internacional.
Fonte: Fox News.