Brasil, 23 de julho de 2025
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Brasil condena tarifas arbitrárias anunciadas de forma caótica na OMC

Embaixador Philip Gough critica tarifas unilaterais e defende o fortalecimento do Sistema Multilateral de Comércio

O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Philip Gough, condenou nesta quarta-feira (23) as tarifas “arbitrárias” e “implementadas de forma caótica” anunciadas por outros países na Organização Mundial de Comércio (OMC).

Críticas às medidas unilaterais e potencial impacto na economia global

Gough destacou que tais tarifas “estão interrompendo as cadeiras de valor globais e correm risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação”. Segundo o representante brasileiro, sanções unilaterais ferem princípios essenciais do comércio internacional e representam uma violação flagrante dos fundamentos da OMC.

Ainda na fala, o embaixador alertou para a mudança perigosa no uso de tarifas como ferramenta de intervenção nos assuntos internos de outros países. “Estamos testemunhando uma utilização cada vez mais frequente e arriscada dessas medidas como formas de pressão política”, afirmou.

Reação do Brasil e possíveis ações diplomáticas

O governo brasileiro mantém sua posição de diálogo e não-descarta a adoção de medidas em defesa da economia nacional, incluindo a Lei da Reciprocidade Econômica e tarifas semelhantes, caso as negociações não avancem. “Continuaremos a priorizar soluções negociadas e a confiar em boas relações diplomáticas e comerciais”, declarou Gough.

O embaixador reforçou que, diante da ameaça de fragmentação do sistema multilateral, o Brasil defende uma reforma estrutural da OMC. “Precisamos de uma organização capaz de enfrentar os desafios do presente, indo além de atualizações pontuais”, afirmou.

Discurso em defesa do sistema multilateral de comércio

Na sua intervenção, Gough salientou que o momento exige o fortalecimento do multilateralismo, com a OMC funcionando como espaço de diálogo para a resolução de controvérsias. “Temos tempo de salvar o sistema e é fundamental que todos os países se empenhem nessa direção”, declarou.

Ele também citou o discurso do presidente Lula, que reforça a urgência de retomar o compromisso com a diplomacia e o desenvolvimento sustentável: “Só assim poderemos combater a desigualdade, as guerras e a destruição do planeta”, afirmou o mandatário.

Contexto e repercussões das tarifas americanas

Dez dias antes da implementação prevista para as tarifas de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos, o governo brasileiro manifesta preocupação com os efeitos dessas medidas, que podem prejudicar as cadeias produtivas e afetar o comércio internacional.

Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que pode reagir adotando tarifas retaliatórias e pediu o apoio da comunidade internacional na defesa do sistema multilateral. A imposição dessas tarifas pelo governo de Donald Trump visa, segundo analistas, pressionar o Brasil em questões comerciais e diplomáticas.

Impactos e perspectivas futuras

A tentativa de usar tarifas como arma de intervenção política aumenta a instabilidade no comércio global e ameaça comprometer a cooperação internacional. Segundo especialistas, a manutenção do diálogo diplomático e a reforma da OMC são essenciais para garantir regras justas e previsíveis no mercado mundial.

O Brasil reafirma seu compromisso com o multilateralismo e se dispõe a atuar ativamente na defesa do sistema baseado em regras, buscando fortalecer o diálogo e a cooperação entre os países.

Para acompanhar o desenvolvimento dessa situação, o governo brasileiro continuará monitorando a postura dos demais países e buscando soluções diplomáticas para evitar uma escalada de conflitos comerciais.

Fonte: G1 – Política

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