No contexto do conflito em Gaza, os bispos da Conferência Episcopal Católica da África Austral (SACBC) manifestaram seu profundo descontentamento diante da escalada de violência, caracterizando os atos como genocídio. O grupo se uniu ao apelo do Papa Leão XIV por um cessar-fogo duradouro e pela libertação de reféns, além de fazer um chamado à solidariedade ativa, pedindo por ações não violentas e boicotes em várias áreas.
A posição da SACBC sobre o genocídio
Em um comunicado recente, os bispos expressaram sua indignação a respeito do bombardeio do exército israelense ao complexo da Igreja da Sagrada Família em Gaza, que resultou em mortes e feridos. Segundo eles, a resposta de Israel ao massacre que ocorreu em 7 de outubro, onde civis israelenses foram atacados pelo Hamas, é amplamente reconhecida como genocídio e limpeza étnica.
O cardeal Stephen Brislin, arcebispo de Cidade do Cabo e presidente da SACBC, enfatizou: “Compartilhamos essa avaliação e, portanto, apoiamos a denúncia apresentada pelo governo sul-africano ao Tribunal Penal Internacional em Haia, acusando Israel de cometer atos de genocídio”. Essa declaração reflete a crescente preocupação da Igreja com os direitos humanos e a necessidade de justiça em conflitos armados.
A comunidade internacional e a guerra em Gaza
Os bispos argumentam que a contínua venda de armas a Israel por vários países torna esses nações cúmplices, alertando que a história poderá registrar esses atos como crimes contra a humanidade. O comunicado destaca que a paz não poderá ser alcançada enquanto o ciclo de violência permanecer inalterado.
“Esperávamos que a ação do governo sul-africano fosse uma forma pacífica de pressionar as partes em conflito a fim de que se pusesse um fim a esse ciclo de violência. No entanto, o que temos visto é uma escalada dos conflitos”, afirmaram em sua declaração.
Educação e ajuda humanitária em Gaza
A Conferência Episcopal elaborou um novo programa de intervenções que visa apoiar o emprego, ajudar a paróquia de Gaza e promover o diálogo entre as partes envolvidas. A ideia é que a ajuda humanitária possa ser uma ponte para a paz, oferecendo alternativas ao conflito. “Devemos apostar na educação e no diálogo, pois são essas as ferramentas que podem realmente transformar sociedades”, disse um dos bispos durante a coletiva de imprensa.
Unindo forças com o Papa
O apelo dos bispos por ação e unidade ecoa as palavras do Papa Leão XIV, que reiterou em diversas ocasiões a necessidade de um cessar-fogo imediato e de uma solução pacífica para o conflito. O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, destacou que as propostas do Papa refletem a dor das vítimas do conflito e a urgência de uma solução definitiva para a crise em Gaza, onde a violência começou a afetar indiscriminadamente a população civil, incluindo crianças.
“As palavras do Papa são um clamor coletivo que deve ser ouvido pela comunidade internacional. Devemos todos nos unir para pedir proteção às vítimas e buscar caminhos que levem à paz”, complementou Parolin.
O futuro da justiça em Gaza
A SACBC finalizou sua declaração reiterando a importância de mobilização e conscientização global sobre o que está ocorrendo em Gaza e sobre os direitos humanos. Eles insistem que a verdade deve prevalecer e que cada um deve desempenhar seu papel na luta por justiça e paz. “Não podemos fechar os olhos para o que acontece. Nossa responsabilidade é atuar, construir e promover um futuro onde os direitos de todos sejam respeitados”, afirmaram os bispos.
A crise em Gaza continua a ser um tema delicado, exigindo respostas efetivas da comunidade internacional para garantir que os direitos humanos sejam respeitados e que a paz prevaleça num futuro próximo.