No dia 22 de julho, o arcebispo Gabriele Giordano Caccia, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, discorreu sobre a necessidade urgente de redobrar esforços para superar a pobreza e as desigualdades sociais durante o Fórum Político de Alto Nível do Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC). Caccia enfatizou que os valores fundamentais que fundamentaram a criação da ONU, como a promoção dos direitos humanos e a cooperação internacional, permanecem tão relevantes hoje quanto há oitenta anos.
A importância da dignidade humana
Em seu discurso, o arcebispo destacou que o desenvolvimento deve ser ancorado nos ideais de dignidade humana, solidariedade e progresso social. A mensagem central reforçou que cada ação tomada deve elevar a dignidade do ser humano, que é um valor inalienável. Ele relembrou os compromissos assumidos em 2015 com a adoção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que busca erradicar a pobreza em suas múltiplas formas e assegurar que todos tenham acesso às condições necessárias para viver com dignidade e liberdade.
Desafios persistentes da pobreza
Apesar dos avanços ao longo da última década, Caccia enfatizou que milhões ainda vivem em condições de extrema pobreza, sem acesso a educação, saúde ou alimentação adequada. “Limitar o conceito de desenvolvimento apenas ao crescimento econômico é um erro. Precisamos criar condições que permitam que todos prosperem, especialmente os que estão mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas em situação de risco”, afirmou o arcebispo.
As palavras do Papa contra desigualdades globais
Caccia também trouxe à tona o discurso recente do Papa Leão XIV, que ressaltou a necessidade urgente de ações concretas para enfrentar as desigualdades globais, que se tornaram um dos principais desafios do nosso tempo. Segundo o Papa, é crucial que deixemos os conflitos para trás e unamos forças para a construção de um mundo em que todos possam viver com dignidade e paz.
Cooperação multilateral e o papel das famílias
Além disso, Caccia reafirmou a importância de um sistema global renovado de cooperação multilateral, fundamentado nos princípios fundadores das Nações Unidas. “O diálogo e o respeito devem ser as bases para um compromisso compartilhado em busca do bem comum”, disse o arcebispo, que acrescentou que um investimento maior nas famílias é fundamental para a prosperidade das sociedades.
A carência de serviços de saúde e educação de qualidade, amplamente reconhecida como um dos principais motores da desigualdade, precisa de atenção especial. Para o arcebispo Caccia, garantir acesso a esses direitos básicos é essencial para criar sociedades mais justas e igualitárias.
Possíveis soluções e ações futuras
Encerrando seu discurso, o arcebispo pediu uma ação imediata e eficaz. “Todos nós, como comunidade global, temos a responsabilidade de agir. Não podemos permitir que o ciclo da pobreza continue, e nossas ações precisam ser orientadas por um propósito maior: o bem-estar coletivo”, enfatizou.
A mensagem de Caccia ressoou não apenas na sede da ONU, mas também em todos os cantos do mundo, onde líderes e cidadãos se reúnem para discutir formas práticas de erradicar a pobreza e promover a justiça social. Somente por meio do esforço colaborativo e da solidariedade podemos realmente alcançar os direitos humanos e a dignidade prometida a todos.
À medida que o mundo se dirige para a implementação das metas da Agenda 2030, as palavras de Caccia e o chamado do Papa para a superação das desigualdades soarão como um lembrete constante da luta pela igualdade e dignidade humana em todos os níveis.
Link da fonte: Vatican News