Brasil, 22 de julho de 2025
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Tarifas de Trump reduzem lucros da GM em US$ 1,1 bi no segundo trimestre

Apesar do impacto de US$ 1,1 bilhão, GM supera expectativas com forte desempenho de vendas de SUVs e picapes

A General Motors (GM) registrou um impacto de US$ 1,1 bilhão (aproximadamente R$ 6,12 bilhões) em seus lucros no segundo trimestre devido às tarifas impostas pelo governo de Donald Trump. Mesmo assim, a montadora americana superou as projeções dos analistas, impulsionada pelo bom desempenho nas vendas de seus principais SUVs e picapes movidos a gasolina.

Impacto das tarifas e projeções futuras para a GM

A GM, maior vendedora de veículos nos Estados Unidos, afirmou que espera um impacto ainda mais forte nas operações do terceiro trimestre. A empresa projeta que as tarifas podem reduzir seus resultados entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões, com planos de mitigar ao menos 30% dessas perdas. As ações da montadora chegaram a cair cerca de 6% nas primeiras negociações do dia.

Resultados financeiros e desempenho operacional

O faturamento da GM no trimestre, encerrado em 30 de junho, caiu quase 2% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando cerca de US$ 47 bilhões. O lucro ajustado por ação caiu para US$ 2,53, frente a US$ 3,06 de 2023, enquanto o lucro operacional antes de juros e impostos recuou 32%, atingindo US$ 3 bilhões. Segundo a LSEG, a expectativa média dos analistas era de um lucro ajustado de US$ 2,44 por ação.

Apesar das dificuldades, a GM destacou que o desempenho operacional foi sólido, com crescimento de 7% nas vendas no mercado norte-americano, principal fonte de lucro, além de manter preços elevados em suas picapes e SUVs. A marca também voltou a registrar lucro na China após prejuízos no mesmo período do ano anterior.

Medidas de ajuste frente às tarifas e cenário de mercado

Para enfrentara os efeitos das tarifas, que pesaram sobre seus resultados, a GM revisou para baixo sua projeção de lucro operacional anual, agora estimada entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões. A empresa reafirmou essa previsão na última terça-feira.

Analistas avaliam que a montadora pode precisar cortar investimentos ou buscar outras formas de reduzir custos para compensar as perdas provocadas pelas tarifas. A Stellantis, concorrente da GM, alertou que os custos relacionados às tarifas impactaram cerca de 300 milhões de euros no primeiro semestre, afetando o resultado financeiro.

Foco na produção de combustíveis fósseis e investimentos estratégicos

Apesar do avanço dos veículos elétricos, a GM intensificou seus esforços na produção de motores a gasolina, com investimentos em fábricas nos EUA. Essa estratégia coloca em dúvida o calendário de encerramento da produção de carros e caminhões a combustão, previsto para até 2035.

A CEO Mary Barra afirmou que, embora haja desaceleração no setor de EVs, o futuro ainda é promissor, com produção rentável desses veículos. Recentemente, a montadora anunciou um investimento de US$ 4 bilhões em fábricas nos estados de Michigan, Kansas e Tennessee, além de transferir produção do Cadillac Escalade e ampliar a fabricação de suas picapes.

Perspectivas de mercado e cenário regulatório

A demanda por veículos elétricos já demonstra sinais de enfraquecimento após um início acelerado na última década. Com o fim previsto dos incentivos fiscais no final de setembro, que eliminam créditos de até US$ 7.500 para veículos novos, as vendas de EVs podem sofrer nova desaceleração.

Enquanto isso, a Ford, principal concorrente da GM, deve divulgar seus resultados do segundo trimestre na próxima semana, com expectativa de impacto semelhante pelas tarifas e mudanças no mercado.

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