Brasil, 22 de julho de 2025
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Raphael Montes explica conceitos por trás de filmes sobre Suzane von Richthofen

O escritor Raphael Montes esclarece que Suzane von Richthofen não participou da produção dos filmes a respeito do seu caso.

Na última segunda-feira (21), o escritor Raphael Montes surgiu como um dos convidados importantes do programa Roda Viva, onde discorreu sobre os longas A Menina Que Matou os Pais e O Menino Que Matou Meus Pais. Durante a conversa, ele fez questão de esclarecer que Suzane von Richthofen não participou da produção nem recebeu qualquer dinheiro em relação a esses filmes, que estão disponíveis na plataforma de streaming.

Motivos para roteirizar os filmes

Raphael Montes, conhecido também por obras como Jantar Secreto e Beleza Fatal, revelou que inicialmente recusou o convite para roteirizar os filmes, pois acreditava não ter um ângulo suficientemente interessante a ser explorado. No entanto, após analisar melhor a situação, percebeu que havia temas sociais significativos relacionados ao caso, como a diferença de classes entre os protagonistas e a sociedade ao redor deles.

“Me preocupa quando a crítica vem sem um conhecimento prévio. Eu vi muitas críticas que diziam que Suzane von Richthofen ganhou dinheiro com esse filme. Não, não ganhou. Nunca a conheci, nunca a entrevistei”, afirmou Montes em sua participação. A declaração reflete a preocupação do escritor com a interpretação errônea que muitas vezes permeia a crítica cultural e cinematográfica.

Explorando a sociedade por meio da violência

Montes enfatizou que seu interesse ao escrever os roteiros não era a violência em si, mas sim como ela se relaciona com as questões sociais. “Através da violência, o que eu discuto?”, questionou, instigando uma reflexão mais profunda sobre o que realmente está em jogo nas narrativas que envolvem crimes e suas repercussões.

A diferença de classes, uma das principais questões que o escritor decidiu abordar, se revela em sua narrativa como uma força motriz que impulsiona tanto a história de Suzane quanto a de Daniel, seu envolvido no crime. “Tem uma coisa muito comum que é a diferença de classes, a menina princesa de uma família rica que conhece o plebeu”, disse, salientando como esses elementos permitem uma reflexão sobre a sociedade paulistana.

A construção do roteiro

Junto com a coautora Ilana Casoy, Montes trabalhou no roteiro com o objetivo de apresentar duas versões opostas do mesmo evento trágico, focando não no crime em si, mas nas histórias que precederam o ato. A intenção era não reproduzir os fatos como saíram na mídia, mas sim mergulhar nas vidas dos protagonistas antes da tragédia. “Nós não vamos contar o crime real, nem o que saiu no jornal, vamos contar, antes do crime, as duas versões da história que eram opostas”, explicou.

As diferentes ficções

Para Raphael Montes, tanto a versão de Suzane quanto a de Daniel podem ser consideradas ficções. “O que ele conta é a ficção dele. E o que ela conta é a ficção dela”, concluiu, ressaltando a complexidade da verdade em narrativas que envolvem múltiplas perspectivas.

Com essa abordagem, Montes não só busca uma compreensão mais profunda sobre os atos de seus personagens, mas também propõe uma reflexão crítica sobre as narrativas que cercam crimes e a responsabilidade dos escritores em dar voz a questões sociais pertinentes.

Em um panorama onde a violência é frequentemente explorada nas telas e na literatura, as palavras de Raphael Montes servem como um chamado à reflexão: é fundamental questionar o que se quer contar e, principalmente, por que se quer contar. Ao final das contas, cada narrativa é uma nova oportunidade de entender e discutir as complexidades da sociedade em que vivemos.

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