Brasil, 22 de julho de 2025
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Prazo para defesa de Bolsonaro terminará hoje sob ameaça de prisão

Os advogados de Jair Bolsonaro têm até esta terça para apresentar esclarecimentos sobre descumprimento de medidas cautelares.

Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm até às 21h13 desta terça-feira (22/7) para apresentar ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), esclarecimentos sobre o suposto descumprimento de medidas cautelares pelo ex-mandatário. A notificação do defensor de Bolsonaro, Celso Vilardi, foi realizada por um oficial de Justiça na noite de segunda-feira, e o prazo conferido pelo ministro é de 24 horas a partir desse momento.

Na decisão, Moraes alertou que a falta de manifestação da defesa no prazo estipulado poderá resultar na decretação imediata da prisão de Bolsonaro, conforme prevê o artigo 312, §1º, do Código de Processo Penal. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também foi comunicada sobre a decisão.


Medidas cautelares impostas a Bolsonaro

As medidas determinadas pelo STF contra Jair Bolsonaro incluem:

  • Uso de tornozeleira eletrônica;
  • Recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 6h, de segunda a sexta-feira, e integral nos fins de semana e feriados;
  • Proibição de aproximação e acesso a embaixadas e consulados de países estrangeiros;
  • Proibição de contato com embaixadores ou autoridades estrangeiras;
  • Proibição de contato com Eduardo Bolsonaro e outros investigados dos quatro núcleos da trama golpista;
  • Proibição de utilizar redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros, incluindo transmissões, retransmissões ou veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer das plataformas de redes sociais.

O despacho de Moraes foi emitido após Jair Bolsonaro ter falado com a imprensa na saída da Câmara dos Deputados, onde participou de uma reunião convocada pelo Partido Liberal (PL). Nessa ocasião, o ex-presidente mostrou pela primeira vez, de forma pública, sua tornozeleira eletrônica. Bolsonaro comentou: “Não roubei cofres públicos, não matei ninguém, não trafiquei ninguém. Isso é o símbolo da máxima humilhação do nosso país. Uma pessoa inocente. (…) O que estão fazendo com um ex-presidente da República. Nós vamos enfrentar tudo e a todos. O que vale para mim é a lei de Deus.”

A declaração de Jair Bolsonaro, na Câmara, foi amplamente divulgada nas redes sociais, incluindo perfis de terceiros, veículos de imprensa e seu filho, Eduardo Bolsonaro. Isso fez com que o ministro Moraes considerasse que houve violação das medidas cautelares e anexasse prints como indício do descumprimento.

Nesta segunda-feira, Moraes reforçou que Bolsonaro está proibido de participar de qualquer transmissão em redes sociais, diretamente ou por terceiros, incluindo entrevistas para a imprensa. Essa cláusula faz parte das medidas cautelares impostas em um inquérito que investiga supostos ataques à soberania nacional.

Antes do incidente, Bolsonaro cancelou uma entrevista ao Metrópoles que estava agendada para as 13h, temendo que a transmissão ao vivo pudesse violar as restrições judiciais.

Encontro na Câmara e articulações da oposição

O encontro na Câmara, organizado pelo líder do PL na Casa, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), reuniu mais de 50 deputados e dois senadores, além de parlamentares de outras siglas como Republicanos, PP, PSD, União Brasil e Novo. O objetivo foi discutir as recentes decisões do STF e a operação da Polícia Federal (PF) que teve o ex-presidente como alvo em 18 de julho.

Durante a reunião, Sóstenes anunciou a formação de três comissões para articular a reação da oposição às medidas impostas a Bolsonaro. Uma delas focará na comunicação dos parlamentares, sob a liderança de Gustavo Gayer (PL-GO), enquanto outra estará envolvida em mobilizações internas no Congresso, sob a condução de Cabo Gilberto (PL-PB). A terceira comissão terá a responsabilidade de coordenar ações externas para “dar voz ao ex-presidente”, liderada por Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Zé Trovão (PL-SC).

Em uma ação adicional, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), publicou um ato que veda a realização de reuniões de comissões até 1º de agosto de 2025. O comunicado estabelece: “Fica vedada, no período de 22 de julho a 1º de agosto de 2025, a realização de reuniões de comissões da Câmara dos Deputados. Este Ato entra em vigor na data de sua publicação.”

A situação se desenrola em um momento delicado para Bolsonaro, que enfrenta uma série de desafios legais e políticos. A continuidade do acompanhamento das medidas cautelares e sua resposta à notificação do STF será crucial nos próximos dias.

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