Brasil, 22 de julho de 2025
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Paul Krugman elogia o Pix e explica por que assusta os EUA

O economista Nobel Paul Krugman destaca as vantagens do Pix brasileiro e por que os Estados Unidos preferem manter o sistema tradicional.

O Nobel de Economia Paul Krugman, colunista do The New York Times, analisou nesta semana o sistema de pagamentos Pix, queridinho dos brasileiros, e suas implicações globais. Em seu artigo “O Brasil inventou o futuro do dinheiro?”, ele apresenta as razões pelas quais os EUA não adotariam um sistema semelhante, apesar de suas vantagens.

Por que o Pix é um modelo inovador e atraente

Segundo Krugman, o Pix funciona como uma versão pública do sistema de pagamentos privado Zelle, nos Estados Unidos. No Brasil, ele substitui rapidamente o dinheiro físico e os cartões, graças à facilidade de uso, instantaneidade e baixos custos de transação. O sistema é gratuito para pessoas físicas e cobra apenas 0,33% por transação de empresas e comerciantes, contra 1,13% em cartões de débito e 2,34% em cartões de crédito, conforme dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“O Pix está, na prática, alcançando aquilo que os entusiastas das criptomoedas alegavam — falsamente — que seria possível com blockchain: baixíssimos custos de transação e inclusão financeira”, afirma Krugman. Ele compara a adoção do sistema por 93% dos brasileiros ao uso de criptomoedas por apenas 2% dos americanos em 2024, ressaltando que usar o Pix não incentiva crimes como sequestros, ao contrário das criptomoedas.

Diferenças entre o Pix e as moedas digitais de banco central (CBDC)

Krugman recorda de um relatório do Federal Reserve (Fed) de 2022 que discutia a criação de uma CBDC, considerada uma forma digital do dinheiro em papel. Entretanto, o ex-presidente Donald Trump ordenou que o banco central parasse de avançar nessa ideia. Nos EUA, há um sistema eletrônico de transferências entre bancos no Fed, que funciona como uma moeda digital exclusiva para instituições financeiras.

O economista explica que o receio dos republicanos é que uma CBDC a serviço do público possa substituir as contas bancárias privadas, ameaçando o setor financeiro. Krugman destaca que o Brasil já trabalha com uma espécie de CBDC parcial, oferecendo um sistema público de pagamentos enquanto mantém as contas privadas, uma estratégia que os EUA evitam por interesses de mercado.

Razões pelas quais os EUA resistem a um sistema semelhante ao Pix

Krugman aponta que o setor financeiro americano detém um poder considerável e jamais permitiria competir com um sistema público, caso ele fosse superior. Além disso, a direita nos Estados Unidos acredita que o governo seja sempre o problema, dificultando qualquer iniciativa pública de sistemas de pagamento eficientes, como o Pix. Para Krugman, essa cultura impede avanços acessíveis como os brasileiros.

Ele reforça que os Estados Unidos continuam presos a interesses corporativos e às fantasias de criptomoedas, que, na sua avaliação, não oferecem a inclusão financeira e os baixos custos praticados pelo sistema brasileiro. Krugman finaliza criticando a posição do governo Trump, que chegou a alegar que a existência do Pix no Brasil constituía uma concorrência desleal às empresas de cartão dos EUA, gerando investigações comerciais contra o Brasil.

Inspiração e impacto internacional

Krugman cita que outros países, como Colômbia e Coreia do Sul, já adotaram sistemas similares ao Pix, com sucesso. Segundo o Banco Mundial, mais de 120 países possuem meios de pagamento instantâneo, enquanto os EUA permanecem presos a interesses corporativos e à resistência às moedas digitais públicas.

Apesar de as iniciativas internacionais mostrarem que é possível oferecer sistemas públicos eficientes, Krugman conclui que os Estados Unidos continuarão relutantes em implementar algo semelhante, permanecendo alinhados à visão de que o mercado privado deve liderar as soluções de pagamento.

Para ler o artigo completo, acesse: Fonte.

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