Brasil, 22 de julho de 2025
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Operações de dólar por robôs antes do tarifazo de Trump, aponta BC

Análise do Banco Central revela movimentação de alta frequência no mercado de câmbio em dia do anúncio de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros

Uma análise preliminar de técnicos do Banco Central identificou operações de compra e venda de dólar realizadas por robôs de alta frequência no dia do anúncio oficial do tarifazo de 50% sobre produtos brasileiros, imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A movimentação ocorreu em um momento de grande volatilidade no mercado cambial após a sinalização americana.

Operações automatizadas e suspeitas de insider trading

Segundo integrantes do BC, as operações de compra e venda de dólares apresentaram características típicas de ordens de alta frequência, que captam movimentos de mercado em frações de segundos. Essas operações foram pulverizadas ao longo do dia, sem evidências concretas de prática de insider trading — uso de informações privilegiadas para lucrar com oscilações cambiais — mas a investigação segue em andamento. A avaliação do BC.

Movimentação no mercado após sinalização de Trump

O levantamento inicial indica que, após a declaração de Trump, que sugeria a possibilidade de taxar o Brasil, houve uma movimentação vultosa de compra e venda de dólares no mercado de câmbio americano. As movimentações chamaram atenção, uma vez que ocorreram antes do anúncio oficial, registrado em tempo real pelas agências internacionais. Em 9 de julho, quando Trump anunciou a possibilidade de tarifas, o dólar primeiro reagiu às 13h30 no horário de Washington (14h30 em Brasília). Poucos minutos depois, às 16h17 (17h17 em Brasília), foi divulgada a carta oficial de retaliação. Em seguida, às 16h19, ocorreu uma venda expressiva de dólar, com a moeda cotada a R$ 5,60, gerando lucro rápido para quem realizou a operação, conforme reportagem do Jornal Nacional.

Investigação e implicações futuras

O Banco Central destaca que, até o momento, não há evidências concretas de que as operações tenham sido configuradas como insider trading, embora a movimentação atípica tenha sido considerada suspeita e motivado investigação. Nessa segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, atendeu a pedido da Advocacia-Geral da União e determinou apuração sobre o uso de informação privilegiada nas operações relacionadas ao tarifaço de Trump.

Além do Brasil, países como México e Argentina também enfrentaram suspeitas de manipulação de mercado após medidas protecionistas de Donald Trump, levantando preocupações acerca de práticas de mercado ilícitas sem confirmação até o momento. Fonte: O Globo.

Consequências para a política cambial e a economia brasileira

O episódio reforça a atuação de sistemas automatizados no mercado cambial brasileiro e internacional, que podem gerar volatilidade e lucros rápidos, especialmente em momentos de tensão política ou econômica. Enquanto o BC avalia o caso, o governo mantém a cautela, mas o episódio evidencia a vulnerabilidade do mercado às movimentações de alta frequência e à influência de informações externas.

Especialistas apontam que o mercado deve seguir atento às próximas declarações de Trump e às respostas do Brasil, com possíveis efeitos na condução da política cambial e na estabilidade econômica do país. Veja análise de Krugman sobre o impacto do Pix e a preocupação dos bancos americanos.

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