O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, protocolou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) seja impedido de assumir cargos comissionados em governos estaduais ou municipais. Este pedido ocorreu dentro de um inquérito que investiga suspeitas de obstrução à justiça em processos relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à suposta afronta à soberania nacional devido à sua atuação no exterior.
Movimentações para manter Eduardo Bolsonaro no mandato
Conforme reportado pelo GLOBO, aliados de Eduardo Bolsonaro têm buscado maneiras de mantê-lo no mandato de deputado mesmo com sua licença expirada e morando fora do país. Há tentativas de emplacá-lo em uma secretaria estadual em governos de figuras aliadas, como o governador Jorginho Mello (PL) em Santa Catarina ou Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.
Justificativas para o pedido ao STF
Na petição apresentada ao STF, Lindbergh Farias argumenta que a nomeação de Eduardo Bolsonaro para cargos fantasmas em governos aliados serviria como uma manobra para assegurar sua liberdade e blindá-lo da Justiça. “Pedimos que Eduardo Bolsonaro seja proibido de ser nomeado para cargo fantasma em governos aliados, manobra para bancar sua fuga e blindá-lo da Justiça”, afirmou Farias em um post em seu perfil no X, ao anunciar o pedido.
Objetivos ocultos da nomeação
Além disso, o líder do PT destacou que o intuito da nomeação é oferecer uma sustentação financeira irregular, simulando um vínculo funcional, e permitir que Eduardo permaneça no exterior após o fim de sua licença parlamentar. A representação alegou que essa ação afrontaria o interesse público e desrespeitaria as medidas cautionares já impostas pela Suprema Corte brasileira.
Dinâmicas políticas em jogo
O arranjo que permitiria a Eduardo Bolsonaro continuar licenciado da Câmara, com a aquiescência da Casa, também aciona um jogo de interesses políticos. Segundo fontes próximas aos governadores, ainda estão em fase inicial as conversas sobre uma possível acomodação. A questão é delicada, pois o governador que aceitar a nomeação teria que explicar ao eleitorado o pagamento de um salário de secretário a um político que reside fora do país.
Ainda assim, a situação pode apresentar uma mudança de perspectiva, dado que estamos nos aproximando das eleições de 2026. Governadores de direita estão disputando o espaço deixado por Jair Bolsonaro, e uma eventual ajuda a Eduardo poderia garantir apoio do clã na sucessão presidencial. Entretanto, integrantes dos governos de Ronaldo Caiado (União Brasil), em Goiás, e Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais, revelaram resistência à ideia de nomeações.
A situação envolvendo Eduardo Bolsonaro segue em desenvolvimento e pode alterar o cenário político brasileiro nos próximos meses, uma vez que a disputa por votos e apoio político tende a se acirrar à medida que as eleições se aproximam.
O pedido de Lindbergh Farias ao STF é um reflexo das tensões políticas atuais e sublinha como as movimentações em torno de cargos e poderes podem influenciar o futuro político do país.